Mercados

Desaceleração da economia chinesa puxa início negativo do Ibovespa futuro

15 maio 2019, 9:26 - atualizado em 15 maio 2019, 9:34
Futuro do Ibovespa inicia com queda após dados decepcionantes sobre economia chinesa

Por Investing.com

A jornada desta quarta-feira começa negativa para o índice futuro do Ibovespa, que recua 0,97% aos 91.392 pontos nos primeiros negócios da manhã. Além de um cenário externo ainda incerto nas disputas comerciais entre Estados Unidos e China, o noticiário local não favorece, aumentando as incertezas com o andamento das reformas.

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No cenário local, destaque para as seguidas derrotas do governo do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, passando sinais ao mercado de uma fraca articulação entre deputados e senadores. Com isso, aumentam as incertezas acerca da reforma da Previdência e à tramitação de outras pautas igualmente importantes.

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O crescimento da produção industrial chinesa desacelerou mais que o esperado para 5,4% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, recuando da máxima de quatro anos e meio de 8,5% em março. As vendas no varejo também foram piores do que o esperado com alta de 7,2%, ritmo mais lento desde maio de 2003.

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Os dados de atividade de abril, que também incluem o encolhimento das exportações e a piora dos investimentos, aumentam “a probabilidade de mais afrouxamento monetário”, escreveu a Capital Economics em nota.

Temores de uma nova intensificação nas tensões comerciais foram ligeiramente reduzidas depois que Trump citou a guerra comercial com a China como “uma pequena briga” e insistiu que as negociações entre as duas maiores economias do mundo não falharam.

Bolsas Internacionais

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,58%, a 21.188 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,52%, a 28.268 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,91%, a 2.938 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,25%, a 3.727 pontos.

Na Europa, a sessão desta quarta-feira vem se mostrando negativa para as principais praças. Em Frankfurt, o DAX recua 0,48% aos 11.932 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE registra perdas de 0,09% aos 7.235 pontos. Já em Paris, o CAC opera com desvalorização de 0,42% aos 5.318 pontos.

Commodities

A jornada desta quarta-feira na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China, foi marcada pela valorização dos contratos futuros do minério de ferro. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento em setembro deste ano, teve um avanço de 1,23%, encerrando assim a 666,00 iuanes por tonelada, o que representa uma variação diária de 8 iuanes.

Commodity avançou 1,23% nesta quarta-feira (Wikimedia Commons)

Em relação aos papéis do vergalhão de aço, o dia oi positivo na também bolsa chinesa de Xangai, onde eles são transacionados. O contrato com maior liquidez, e data de vencimento em outubro de 2019, somou 32 iuanes para 3.704 iuanes por tonelada, enquanto que, o de setembro, segundo mais negociado, somou 26 iuanes para um total de 3.807 iuanes por tonelada.

Por outro lado, a quarta-feira se mostra negativa para os preços do petróleo nos mercados internacionais. Em Nova York, o barril do tipo WTI cai 1,07%, ou US$ 0,66, a US$ 61,12. Já em Londres, o Brent cede 0,60%, ou US$ 0,43, a US$ 70,81.

Mercado Corporativo

O consumo de fertilizantes o Brasil deverá aumentar 3% em 2019 marcando um novo recorde acima de 36,5 milhões de toneladas, após máxima histórica em 2018, o que sinaliza a força do agronegócio brasileiro, estimou nesta terça-feira a companhia do setor Heringer (FHER3).

Para 2019, a Heringer avalia que a expectativa é de uma sazonalidade em linha com o ano de 2018, com aproximadamente 37% do total do volume do ano no Brasil sendo entregue no primeiro semestre, e 63% no segundo semestre.

No primeiro trimestre, observou a Heringer, empresa em processo de recuperação judicial, houve queda nos preços das matérias-primas de fertilizantes no mercado internacional, com a ureia recuando 9%, o MAP caindo 8%, e o cloreto de potássio ficando 1% mais barato.

A nova metodologia para cálculo de fretes mínimos apresentada em audiência pública nesta terça-feira atraiu críticas de caminhoneiros e empresários, em uma sessão lotada e tensa, na qual ficou claro que há ainda muitos pontos a serem equacionados antes que o setor de transporte do país possa afastar ameaças como greve de motoristas.

A metodologia foi desenvolvida pela Esalq-Log, da USP, e recebeu inscrições para manifestação oral de mais de 50 pessoas na audiência pública realizada na cidade de São Paulo. A reunião foi a segunda de uma série de quatro, antes que a nova tabela de pisos mínimos de frete entre em vigor em 20 de julho. As audiências têm como objetivo recolher sugestões para eventual inclusão na metodologia pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As próximas serão em Porto Alegre, na quinta-feira, e Brasília, em 23 de maio.

Caminhoneiros autônomos, sindicalistas, empresários de transporte, representantes de entidades de agronegócio e do setor industrial participaram do evento. Enquanto os motoristas citaram questões como dificuldades geradas pela ação de atravessadores de carga e os constantes reajustes no preço do diesel pela Petrobras (PETR4), o setor privado mencionou ilegalidade do tabelamento, problemas para a produtividade e imposição de custos indevidos.

os motoristas citaram questões como dificuldades geradas pela ação de atravessadores de carga e os constantes reajustes no preço do diesel pela Petrobras  (Imagem: Divulgação)

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta terça-feira que o novo contingenciamento no Orçamento que será anunciado pelo governo será “bem abaixo” do bloqueio de cerca de 30 bilhões de reais já realizado.

Ao deixar audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, ele se esquivou de comentar se o desempenho esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) será cortado para uma alta de 1,5%, conforme indicado mais cedo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“O valor final será anunciado no dia 22 de maio. Os relatórios de mercado apontam valores muito próximos desse valor (1,5%), os nossos modelos conversam e são bastante convergentes com os dados de mercado, será abaixo de 2%”, se limitou a dizer o secretário.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que a correção da tabela de Imposto de Renda “desde lá de trás” teria um impacto entre 50 bilhões e 60 bilhões de reais, indicando que este não seria um movimento possível num momento em que o governo luta para reequilibrar as contas com a reforma da Previdência.

“Se fizesse um negócio desse na hora que você está falando em fazer uma reforma da Previdência para tentar conseguir 100 bilhões (de reais), você fazendo sacrifício para todo mundo, aí você chega e fala ‘atualiza a reforma aí e gasta 70 bilhões para todo mundo’ você começa a confundir a coisa”, disse Guedes, ao participar de audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.

A estatal Eletrobras (ELET3) pretende promover novas vendas de ativos de geração e transmissão no segundo semestre, em processo que utilizará uma sistemática semelhante à adotada pela Petrobras em seus desinvestimentos, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr.

Eletrobras promoverá vendas de ativos de geração e transmissão (ABR/Agência Brasil)

A chinesa Hunan Dakang se viu perdendo muito dinheiro logo após adquirir a empresa brasileira de grãos Fiagril, em 2016, mas conseguiu promover uma reviravolta em sua subsidiária, focando nas vendas de insumos agrícolas em vez da originação de grãos, disse um executivo.

Os problemas da Fiagril expuseram os desafios para os recém-chegados ao setor agrícola do Brasil, em um momento em que as margens dos operadores se mantêm estreitas devido às colheitas abundantes e à competição mais acirrada.

Agenda de Autoridades

O presidente Jair Bolsonaro viaja nesta quarta-feira para Dallas, nos Estados Unidos, onde se reúne na parte da tarde com o ex-presidente americano George W. Bush.

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, de acordo com a agenda pública divulgada no site do Ministério, não tem compromissos públicos.

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