Política

“Derrubo seu governo”: Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro viveram entre caneladas e afagos

25 jan 2022, 12:17 - atualizado em 25 jan 2022, 12:21
Olavo de Carvalho
(Josias Teófilo/Flickr)

Morreu na noite de segunda-feira (24) o escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, aos 74 anos. Considerado ídolo da direita alternativa, Olavo estava internado na região de Richmond, na Virgínia.

A causa da morte ainda não foi divulgada, mas ele estava hospitalizado desde o último dia 16 após ser diagnosticado com Covid-19.

Nome popular entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), Olavo de Carvalho foi um dos grandes cabos-eleitorais do ex-capitão durante a campanha de 2018 e seus três primeiros anos de governo.

Ainda assim, Bolsonaro foi por diversas vezes alvo de duras críticas do escritor, que já foi considerado inclusive o “guru” do governo, ainda que ele recusasse esse título.

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Críticas

Olavo de Carvalho direcionou suas críticas, na maioria das vezes, ao que ele sugeria ser uma espécie de inércia por parte de Bolsonaro enquanto governante.

Em uma live realizada no dia 20 de dezembro com a presença de três ex-ministros do governo (Abraham Weintraub, da Educação; Ernesto Araújo, das Relações Exteriores e Ricardo Salles, do Meio Ambiente), o escritor falou sobre a briga no país estar perdida.

“O Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance, mas remota. Só se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar”, disse.

Na mesma live, Olavo também atribuiu a si mesmo peso na vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018, ao afirmar que ele havia sido utilizado pelo presidente como “poster boy” (ou “garoto propaganda”) para vencer o pleito. Depois disso, o presidente teria deixado de ouvi-lo e “tirou seus amigos do governo”. Sua a influência no governo, então, seria “zero”.

No início do mandato de Bolsonaro, as indicações ministeriais tiveram forte influência de Olavo, que emplacou Ricardo Vélez na pasta da Educação e Ernesto Araújo no Itamaraty.

Vélez foi exonerado em abril de 2019 após quatro meses no cargo. Já Araújo deixou o posto de chanceler em março do ano passado, após pedir demissão.

Na época, a imagem de Araújo já havia se deteriorado. A atuação do ministro era vista de forma negativa. Parlamentares avaliavam que o chanceler estava isolando o Brasil no cenário internacional.