Derretimento dos CBios na sexta era sinal de que as distribuidoras apostavam em liminar derrubando a meta
Money Times, no domingo (8), discutiu o derretimento dos preços dos Créditos de Descarbonização (CBios), que em poucos dias perderam mais de R$ 15 do valor de face, sendo negociados na sexta a R$ 46. Era sinal claro de que as distribuidoras já estavam fora das compras e apostavam em liminar favorável, expedida ontem, reduzindo a meta de aquisições dos títulos pela metade este ano.
E elas conseguiram mais: os negócios nesta terça (10) travaram dez vez, de modo que se a judicialização não for derrubada, o movimento com os títulos na B3 (B3SA3) vai despencar tanto quanto os preços.
Corretora importante do mercado intermediou CBios a R$ 38 a duras penas hoje.
Mais uma vez o RenovaBio é colocado em cheque.
Há alguns meses, quando a pandemia se pronunciou sobre a queda do consumo de etanol, as distribuidoras – todas, grandes, médias e pequenas -, forçaram o Ministério de Minas e Energia a defender uma meta menor. Também foi cortada pela metade, ficando em 14,5 milhões até dezembro.
Agora, a Brasilcom, que representa 42 empresas, menos as três grandes, conseguiu que um juiz desse autorização para elas “poluírem mais”, segundo dura nota da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A Ubrabio, que agrega as empesas de biodiesel, igualmente criticou a medida solicitada pelas comercializadoras de combustíveis.
O segmento, parte obrigatória na compra do papel, pelo modelo de financeirização do RenovaBio, que as obrigam compensar a venda de combustíveis fósseis, pode fechar a meta em 7,25 milhões de CBios.
Como esse volume já foi negociado, daí que não haverá mais compras.
Sob o argumento de que o mercado de biocombustível segue fraco, mais a ameaça velada de transferir para os preços do produto o custo financeiro dos CBios, fica valendo a liminar até que possa – ou não – ser derrubada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).