Derramamento de óleo atinge áreas de reprodução de jubarte
O misterioso derramamento de óleo que atingiu a costa brasileira há dois meses chegou ao arquipélago de Abrolhos, um parque marinho nacional que abriga a maior biodiversidade do sul do Oceano Atlântico – as águas onde as baleias jubarte migram para se reproduzir.
O Ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva sobrevoou as cinco ilhas que compõem o parque de Abrolhos, localizadas no litoral sul da Bahia, no nordeste do Brasil, no domingo, para monitorar o impacto.
Pequenos fragmentos de óleo foram vistos em alguns locais, disse a Marinha do Brasil no sábado. O óleo também ameaça os recifes de coral altamente sensíveis de Abrolhos.
O derramamento e seu impacto colocaram o Brasil novamente em destaque por desastres ambientais em meio à preparação para o leilão de petróleo mais caro do mundo nesta quarta-feira. Em agosto, incêndios na floresta amazônica provocaram uma reação internacional contra o presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorreu depois que mais de 240 pessoas morreram após o colapso de uma barragem da Vale, em janeiro.
O petróleo começou a aparecer nas praias do Brasil em 30 de agosto, contaminando pontos turísticos, matando tartarugas marinhas e assustando os pescadores. O vazamento afetou um terço da costa do Brasil, ou cerca de 2250 quilômetros. As autoridades coletaram 4.000 toneladas de óleo das praias.
A localização inicial do vazamento não foi identificada, embora a Polícia Federal tenha dito que o petróleo veio de um navio de bandeira grega com capacidade para 80.000 toneladas. A empresa grega tem negado os vazamentos, enquanto a Petrobras disse que suas análises laboratoriais mostraram que o petróleo é originário de três campos venezuelanos.
As autoridades têm se esforçado para limpar o vazamento com equipamento flutuante, mas o óleo é tão pesado que se move debaixo d’água. Manchas de óleo foram detectadas por mergulhadores no fundo do mar.