Deputados americanos aprovam redução de impostos para empresas e pessoas e bolsas sobem
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
Os deputados americanos aprovaram hoje a proposta de reforma tributária do presidente Donald Trump que prevê um corte de 35% para 20% nos impostos para empresas e pessoas físicas. A redução de impostos deve elevar em R$ 1,4 trilhão o déficit federal na próxima década, o que preocupa analistas, que temem um aumento de juros para compensar o estímulo fiscal e o aumento do consumo. Foram 227 votos a favor e 205 contra. A decisão animou as bolsas de todo o mundo.
A discussão prossegue no Senado, onde uma outra proposta começou a enfrentar oposição dentro do próprio Partido Republicano, do presidente Trump, que tem maioria nas duas casas. Na Câmara, 13 deputados republicanos votaram contra a reforma, por representarem Estados que serão prejudicados pelas mudanças. Se for aprovado no Senado, o projeto terá de ser depois ajustado pelos líderes das duas Casas e o texto final, aprovado por ambas.
Redução do abatimento de gastos com imóvel
Uma das vozes críticas ao projeto é da Associação dos Corretores de Imóveis, a poderosa National Association of Realtors (NAR), que teme o impacto da redução do limite de dedução de gastos com compra de residências do imposto de renda de US$ 1 milhão para US$ 500 mil. A NAR prevê queda nos preços dos imóveis e menor volume de vendas.
No Senado, as críticas são relacionadas a tratamento desigual entre grandes companhias e pequenas.
Os incentivos fazem parte da proposta de governo do presidente Trump, que defende menor tributação e regulação sobre a economia. A expectativa é que a redução dos juros beneficie a economia americana e por tabela a do resto do mundo. O receio é que depois haja impactos na inflação e no déficit público, obrigando o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a subir os juros além do esperado.
Bolsas sobem com decisão
Com a aprovação do projeto na Câmara, as bolsas americanas ganharam força no fim do dia. O Índice Dow Jones fechou em alta de 0,82%, o Standard & Poor’s 500, 0,89% e o Nasdaq, 1,35%. Na Europa, que fechou antes da aprovação, mas já trabalhava com o cenário de avanço da proposta, o índice Euro Stoxx 50 subiu 0,54%, o Financial Times, de Londres, 0,19%, o DAX, de Frankfurt, 0,55% e o CAC, de Paris, 0,66%.
No Brasil, o Índice Bovespa recuperou parte das perdas da semana e fechou em alta de 2,38%, aos 72.511 pontos. No México, o índice IPC subiu 0,29% e na África do Sul, o JSE 40 subiu 0,71%. Na Rússia, o RTS subiu 0,87%. Já o índice BIST 100 da Turquia caiu 0,69%.