Deputado Moro? Em coletiva, ex-ministro da Justiça afirma que “há espaço”
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) disse em coletiva nesta terça-feira (14) que não deve entrar em conflito com o ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos), caso os dois concorram ao cargo de deputado federal pelo Paraná nas eleições de 2022.
O anúncio veio em um momento de especulações sobre qual será o futuro do ex-juiz após o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE–SP) negar a possibilidade de sua candidatura pelo estado paulista.
Moro não recorreu à decisão do TRE e disputará por seu estado uma vaga ainda indefinida.
“Há muitos questionamentos se eu vou ser candidato a deputado, senador, governador. Meu objetivo é rodar o Paraná. Essa decisão vai ser tomada com o União Brasil. Acima de tudo, quem vai decidir isso é a população paranaense, ouvindo-os, vendo o que eles têm, seus relatos, são eles é que vão decidir qual vai ser meu destino dentro da política paranaense”, afirmou nesta terça.
No caso de uma disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, Moro corre o risco de ter seus eleitores divididos com Dallagnol, já que ambos ganharam reconhecimento e seguidores no âmbito da Operação Lava Jato.
Sobre isso, o ex-juiz afirmou que enxerga espaço o suficiente para ambos no pleito.
“Tenho um grande respeito pelo Dallagnol, acho que ele vai fazer uma carreira brilhante na política. Em relação a ele não existe nenhuma disputa, temos um respeito recíproco e defendemos várias mesmas pautas. Não vemos possibilidade de conflito entre a minha pessoa e ele. São várias vagas, e há espaço”, afirmou.
Caminhos possíveis
Caso queria disputar uma cadeira na Câmara, Moro teria apoio de alas do União Brasil, que acreditam que o ex-ministro de Bolsonaro poderia ser um puxador de votos para a legenda, que busca ampliar sua bancada e, consequentemente, sua participação no fundo eleitoral para as próximas disputas.
O número mínimo de votos que devem ser conquistados para conquistar uma 30 vagas paranaenses disponíveis na casa legislativa vai depender de um cálculo que envolve o número de votos válidos no ato das eleições.
Entretanto, é comum que personalidades públicas do mesmo calibre que Moro conquistem vagas sem grandes dificuldades.
Nas últimas eleições, o deputado federal eleito pelo Paraná com menos votos foi Aline Sleutjes (PSL), com cerca de 33 mil eleitores.
Mirando em uma vaga no Senado, o ex-ministro da Justiça deve tentar convencer seu partido a priorizar seu nome para uma dobradinha com Ratinho Júnior (PSD), atual governador do estado, especulado para ser apoiado pela legenda de Moro no Paraná.
Membros do diretório estadual do União Brasil, como o filho do deputado Fernando Francischini, Felipe Francischini, vinham articulando o apoio à reeleição do governador.
Os três são aliados ao presidente da República e ex-chefe de Moro, Jair Bolsonaro (PL).
Enquanto isso, o Podemos, primeiro partido de Moro, negocia a candidatura de Álvaro Dias ao senado, enquanto o PL, partido atual de Bolsonaro, tenta lançar o atual o deputado federal Paulo Eduardo Martins.
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