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Depois de tomada hostil e troca de executivos, GWI negocia vender ações da Gafisa

12 fev 2019, 8:47 - atualizado em 12 fev 2019, 9:12

Por Arena do Pavini – A gestora de recursos GWI, do polêmico empresário coreano Mu Hak You, informou hoje ao mercado que estuda vender sua participação na Gafisa (GFSA3), pouco mais de cinco meses depois de assumir o controle da empresa e trocar toda sua administração. A confirmação fez o papel cair de R$ 12,39 ontem para R$ 11,05, ou 10,81%, recuperando-se depois para fechar em R$ 12,22, em baixa de 1,37%. Em um mês, porém, a empresa já perdeu mais de 25% de seu valor em bolsa.

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Em 5 de fevereiro, segundo a Economativa, a GWI tinha 24,6% das ações da Gafisa diretamente. Mas, se somadas outras participações, como fundo GWI Brazil and Latam, que tem 12,5% da empresa, e mais as participações em nome de familiares de Mu Hak You, a participação chega a 49,90% da empresa.

Foi essa participação que permitiu ao empresário tomar o controle da companhia em 25 de setembro e colocar executivos da gestora no comando da empresa e parentes no conselho, demitindo os diretores e conselheiros antigos e prometendo mudar o estilo de gestão da incorporadora.

Em fato relevante, a Gafisa divulgou uma carta da gestora, que afirma que “Em relação à notícia veiculada pela mídia, em 8/2/2019, o Grupo GWI, do qual GWI Asset Management S.A. faz parte, confirma que, no âmbito de suas atividades de gestão de investimentos e maximização de retorno para os seus investidores, está constantemente avaliando alternativas estratégicas para os seus principais investimentos”.

“Nesse contexto, o Grupo GWI confirma que está tendo conversas com terceiros que podem resultar, dentre outras alternativas, na alienação, integral ou parcial, de sua participação na Gafisa S.A”, diz a nota, confirmando os boatos ouvidos no mercado. O Grupo GWI ressalta, porém, que essas conversas são ainda preliminares e que não há qualquer garantia de que qualquer operação será realizada.

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Recomendação de venda

Nesta semana, o BB Investimentos mudou a recomendação para a ação da Gafisa, de manter para vender, devido à piora de sua situação financeira. Desde a mudança de gestão ocorrida no final de setembro, a empresa vem passando por uma reviravolta focada em quatro pilares: (i) redução de despesas e revisão de processos e contratos; (ii) revisão da estratégia de vendas com um acompanhamento mais próximo (distribuição das unidades do inventário em 7 grupos de acordo com o perfil dos projetos); (iii) indução de novos negócios (House Up, serviços pós-garantia e locação) por meio de uma estrutura voltada à inovação e (iv) equalização de funding, avaliando alternativas para mitigar o descasamento no fluxo de caixa.

Após a reunião com a empresa, o BB Investimentos revisou as premissas de lançamentos, vendas líquidas e margens a partir de 2019, incorporando um nível mais alto de diligência em lançamentos ao longo deste ano e o foco na venda de estoques. Além disso, revisou as projeções para incorporar despesas extraordinárias relacionadas à redução ao valor recuperável (principalmente devido à saída da empresa do Rio de Janeiro), bem como contingências de projetos entregues nos últimos 5 anos.

Considerando a revisão das premissas, incluindo a redução no custo de capital, o preço- alvo para a ação da Gafisa foi definido em R $ 12,40, ou seja, pouco acima do fechamento de hoje. Como a companhia não deve distribuir dividendos no curto/médio prazo em função dos prejuízos acumulados nos últimos períodos, o banco não vê nenhuma vantagem a ser capturada pelos investidores no momento, motivo pelo qual passou a recomendar a venda da ação. Os riscos para o investimento incluem: (i) ritmo menor que o esperado de vendas de estoque; (ii) atraso nas entregas dos projetos; e (iii) incapacidade de renegociar suas dívidas ou, alternativamente, levantar fundos para liquidá-las.