Política

Depois de operação contra aliados, Bolsonaro diz que tomará “medidas legais” para proteger Constituição

17 jun 2020, 11:30 - atualizado em 17 jun 2020, 11:30
Jair Bolsonaro
Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, escreveu (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Depois de mais uma operação que atingiu aliados, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para afirmar que não pode “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas” e que tomará “todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros”.

Bolsonaro não cita a operação realizada na terça-feira, que atingiu 21 bolsonaristas, entre eles o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

E nem a determinação da quebra de sigilos bancário, telefônico e telemático de 11 parlamentares bolsonaristas, dentro da mesma investigação, que apura o financiamento de atos antidemocráticos.

O presidente voltou, no entanto, a defender uma suposta liberdade de expressão dos acusados.

“Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, escreveu.

Bolsonaro afirmou que “abusos” foram presenciados nas últimas semanas e o governo reagiu com “cautela”, “cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os Poderes. “Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos”, afirmou.

O presidente teve várias reuniões na terça-feira em que tratou da operação, mas não falou sobre o caso. À noite, fez a sequencia de tuítes. Bolsonaro criticou ainda quem classifica o governo como autoritário.

Na mesma terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello afirmou ser inconcebível que ainda existam “resquícios de autoritarismo” no país.

“Queremos, acima de tudo, preservar a nossa democracia. E fingir naturalidade diante de tudo que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição.

Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo”, escreveu.

“Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas.

É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso sim é democracia.”

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