Depois de Fitch, DBRS também eleva nota de crédito do Brasil para “BB”
A agência de classificação de risco DBRS Morningstar elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável, de acordo com relatório desta sexta-feira (28). A revisão veio dois dias depois que a Fitch fez o mesmo movimento.
Segundo a agência, a decisão reflete a diminuição dos riscos fiscais. A DBRS aponta que, graças ao pacote de medidas de arrecadação anunciado no início do ano, o déficit primário deve ficar em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso representa uma melhoria em relação ao déficit projetado de 2,3% no orçamento de 2023.
“O governo também está implementando uma nova estrutura fiscal que visa um saldo primário em 2024 e um superávit de 1% do PIB em 2026. Esperamos que o Congresso aprove a estrutura em agosto de 2023”, destaca a agência de risco. “Em nossa opinião, mesmo que as metas primárias sejam não alcançadas, o novo quadro sinaliza que os resultados fiscais continuarão melhorando durante o governo Lula”, completa o relatório.
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A DBRS ainda reconhece que as fracas perspectivas de crescimento de médio prazo do Brasil continuem sendo um desafio importante para o crédito. Ainda assim, as reformas promovidas pelo atual governo são vistas como positivas para o crédito.
“Reformas nos mercados de crédito, regulamentações trabalhistas e concessões de infraestrutura podem acabar impulsionando o investimento e a produtividade mais do que o esperado atualmente.”
O relatório também aponta que a credibilidade do Banco Central foi fortalecida com base em mudanças institucionais e um histórico sólido.
Avaliação de rating da DBRS
Segundo a DBRS, o Brasil continua a enfrentar desafios de crédito significativos. Os destaques vão para a alta dívida pública, um grande déficit fiscal e as perspectivas de crescimento modestas deixam a economia vulnerável a choques.
“Os ratings podem ser elevados se o governo avançar com um ajuste fiscal estrutural que melhore a dinâmica da dívida pública. A implementação de reformas econômicas que fortaleçam as perspectivas de crescimento facilitariam esse ajuste e seriam consideradas positivas para o crédito”, diz o documento.
Por outro lado, os ratings podem ser rebaixados se o compromisso com a consolidação fiscal enfraquecer ou se houver um desvio significativo da trajetória de consolidação esperada.