Depois de comprar Easynvest, Nubank monta escritório na Colômbia
O Nubank, maior banco digital independente do mundo, vai lançar uma operação na Colômbia, o quarto país na América Latina em que está presente.
O escritório terá cerca de 20 funcionários sob o comando de Catalina Breton, uma veterana do setor de aviação que comandou a aérea de baixo custo Wingo, disse Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank, em entrevista.
O sistema bancário da Colômbia é dominado por um grupo de empresas pertencentes ao Grupo Aval, do bilionário Luis Carlos Sarmiento, ao Bancolombia SA, com sede em Medellín, e ao Banco Davivienda SA. Cinco bancos detêm cerca de 80% dos ativos totais do setor.
“Queremos expandir para países que tenham as experiências mais dolorosas para clientes, com spreads altos e atendimento ruim”, disse Junqueira em uma entrevista em vídeo, acrescentando que países mais populosos como Peru e Equador podem ser os próximos alvos de expansão.
Avaliado em US$ 10,4 bilhões em 2019, o Nubank tem cerca de 30 milhões de clientes – mais do que os 26,8 milhões de clientes ativos que o Banco Santander Brasil em junho – e começou a se expandir fora do Brasil no ano passado.
A fintech abriu um escritório na Argentina em 2019 e lançou um cartão de crédito no México em março, o mesmo produto que usará para iniciar seus negócios na Colômbia. No México, já são mais de 150 funcionários e mais de 30.000 clientes, segundo Junqueira.
A expansão para a Colômbia tem contornos pessoais para outro dos fundadores do Nubank, David Vélez. Nascido em 1982 em Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, a família de Vélez deixou o país quando ele tinha 9 anos, em meio ao violento conflito armado que assolava a região, disse ele, em um comunicado. Vélez mora no Brasil desde 2012.
“Volto à Colômbia pensando nos mais de cinquenta milhões de colombianos que hoje pagam tarifas altíssimas e recebem um serviço de baixa qualidade”, disse ele.
Apenas cerca de 20% dos pagamentos na Colômbia são feitos com cartões e a maior parte vem de colombianos de alta renda, disse Junqueira.
O Nubank também vem crescendo via aquisições: no início deste mês, o Nubank comprou a Easynvest, uma corretora digital brasileira com 1,5 milhão de clientes e mais de R$ 23 bilhões sob custódia por meio de uma transação em dinheiro e ações.
O valor da transação não foi divulgado, mas tornou a empresa de private equity Advent uma investidora da empresa. O Nubank acumula US$ 820 milhões em rodadas de capital desde que foi fundado em 2013.