Bolsas Asiáticas

Ásia tenta recuperar perdas do ‘pânico’ nos mercados e bolsa do Japão dispara 10%

06 ago 2024, 10:07 - atualizado em 06 ago 2024, 10:11
Mercados, Bolsas Asiáticas, China, Hong Kong
(Imagem: REUTERS/Chaiwat Subprasom)

Um dia após o pânico geral dos investidores derrubarem as bolsas internacionais, os principais índices acionários ensaiam alguma recuperação. Nesta terça-feira (6), o índice  Nikkei, a maior do Japão, fechou com alta de 10,2%, aos 34.675,46 pontos.

Na véspera, o índice japonês teve o segundo pior desempenho desde 1987, quando ocorreu a chamada ‘Black Monday. O temor se estendeu por várias bolsas em todo o mundo, com os investidores precificando o risco de uma recessão dos Estados Unidos – após dados de atividade e do mercado de trabalho norte-americano mais fracos do que o esperado.

Mas ao longo da terça, os mercados se recuperaram com novos dados do PMI de serviços nos Estados Unidos, melhores do que o consenso – que resultou em certo alívio nas tensões dos investidores.

Outros mercados asiáticos também fecharam em tom positivo. Entre eles, o índice de Kospi, da Coreia do sul, subiu 3,3%. O índice Taiex, de Taiwan, avançou 3,3% – um dia depois do pior pregão da história.

Já na China, o índice CSI 300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, fechou em linha de estabilidade, com leve queda de 0,01%. Em Xangai, o índice  SSEC registr0u avanço de 0,23% hoje.

“Nosso ponto de vista é que os mercados se precipitaram um pouco e perceberam isso esta manhã, e é por isso que vimos o dólar se recuperar e o dólar/iene voltar a subir”, disse Nick Rees, analista de moedas da Monex Europe, à Reuters.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Japão: Iene perde força pela primeira vez em agosto

Com a recuperação dos mercados, o iene perde força nesta terça-feira (6).

Por volta de 9h (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,59% em relação ao iene. Essa é a primeira vez que a moeda norte-americana é negociada em alta em reação à divisa japonesa. Acompanhe a movimentação dos mercados em Tempo Real. 

  • Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui. 

Os ganhos recentes do iene foram impulsionados por um aumento na volatilidade, fazendo com que investidores abandonassem as outrora populares operações de “carry trade“— em que o investidor toma recursos emprestados em países com juros mais baixos e aplica em países com taxas mais elevadas — devido ao aumento dos juros pelo Banco do Japão na semana passada.

Isso, combinado com os dados de emprego dos Estados Unidos mais brandos do que o esperado e os balanços decepcionantes das principais empresas de tecnologia, desencadeou uma venda global de ações, com o desmonte das operações de “carry trade” — em que as posições de tomada de empréstimos são “zeradas” e deixam de ser atrativas.

Também, sustentando os movimentos do mercado de moedas, operadores precificam a política monetária do Federal Reserve nas próximas reuniões.

Os operadores agora esperam 110 pontos-base de afrouxamento este ano por parte do Federal Reserve (Fed), precificando uma chance de 80% de um corte de 50 pontos-base em setembro, o que levaria os juros ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.

Com a ‘fraqueza’ do iene, o dólar também ganha fôlego ante moedas globais. O DXY, indicador que compara a divisa norte-americana com uma cesta de seis moedas fortes, sobe 0,41% hoje.

*Com informações de Reuters