Ásia tenta recuperar perdas do ‘pânico’ nos mercados e bolsa do Japão dispara 10%
Um dia após o pânico geral dos investidores derrubarem as bolsas internacionais, os principais índices acionários ensaiam alguma recuperação. Nesta terça-feira (6), o índice Nikkei, a maior do Japão, fechou com alta de 10,2%, aos 34.675,46 pontos.
Na véspera, o índice japonês teve o segundo pior desempenho desde 1987, quando ocorreu a chamada ‘Black Monday’. O temor se estendeu por várias bolsas em todo o mundo, com os investidores precificando o risco de uma recessão dos Estados Unidos – após dados de atividade e do mercado de trabalho norte-americano mais fracos do que o esperado.
Mas ao longo da terça, os mercados se recuperaram com novos dados do PMI de serviços nos Estados Unidos, melhores do que o consenso – que resultou em certo alívio nas tensões dos investidores.
Outros mercados asiáticos também fecharam em tom positivo. Entre eles, o índice de Kospi, da Coreia do sul, subiu 3,3%. O índice Taiex, de Taiwan, avançou 3,3% – um dia depois do pior pregão da história.
Já na China, o índice CSI 300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, fechou em linha de estabilidade, com leve queda de 0,01%. Em Xangai, o índice SSEC registr0u avanço de 0,23% hoje.
“Nosso ponto de vista é que os mercados se precipitaram um pouco e perceberam isso esta manhã, e é por isso que vimos o dólar se recuperar e o dólar/iene voltar a subir”, disse Nick Rees, analista de moedas da Monex Europe, à Reuters.
Japão: Iene perde força pela primeira vez em agosto
Com a recuperação dos mercados, o iene perde força nesta terça-feira (6).
Por volta de 9h (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,59% em relação ao iene. Essa é a primeira vez que a moeda norte-americana é negociada em alta em reação à divisa japonesa. Acompanhe a movimentação dos mercados em Tempo Real.
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Os ganhos recentes do iene foram impulsionados por um aumento na volatilidade, fazendo com que investidores abandonassem as outrora populares operações de “carry trade“— em que o investidor toma recursos emprestados em países com juros mais baixos e aplica em países com taxas mais elevadas — devido ao aumento dos juros pelo Banco do Japão na semana passada.
Isso, combinado com os dados de emprego dos Estados Unidos mais brandos do que o esperado e os balanços decepcionantes das principais empresas de tecnologia, desencadeou uma venda global de ações, com o desmonte das operações de “carry trade” — em que as posições de tomada de empréstimos são “zeradas” e deixam de ser atrativas.
Também, sustentando os movimentos do mercado de moedas, operadores precificam a política monetária do Federal Reserve nas próximas reuniões.
Os operadores agora esperam 110 pontos-base de afrouxamento este ano por parte do Federal Reserve (Fed), precificando uma chance de 80% de um corte de 50 pontos-base em setembro, o que levaria os juros ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.
Com a ‘fraqueza’ do iene, o dólar também ganha fôlego ante moedas globais. O DXY, indicador que compara a divisa norte-americana com uma cesta de seis moedas fortes, sobe 0,41% hoje.
*Com informações de Reuters