No mercado das criptomoedas, setor de DePin atingiu os US$ 50 bilhões em 2024 — e valor pode se multiplicar em 1.000 vezes; entenda o que é e como investir
![DePin, as estruturas descentralizadas do mundo das criptomoedas. (Imagem: Qwen2.5-Max)](https://www.moneytimes.com.br/uploads/2025/02/834c18c7-01ce-4a74-a39b-86295b0f00d2.png)
Não é difícil encontrar setores multibilionários no ramo das criptomoedas. As próprias memecoins são um deles. Mas um ramo específico tem potencial de se multiplicar entre 100 e 1.000 vezes na próxima década: o segmento de DePin.
DePin é a sigla para decentralized physical infrastructure network, ou estrutura física descentralizada de comunicação, e que passou de um valor de mercado de US$ 5 bilhões em 2022 para US$ 50 bilhões em 2024, de acordo com um relatório da Messari deste ano — e tem espaço para crescer muito mais com uma demanda cada vez maior.
Mas o que exatamente são essas infraestruturas? A explicação funciona melhor com exemplos:
O ramo de inteligência artificial (IA) depende e muito da capacidade de computação em nuvem (cloud) e de centros de armazenamento de dados (data centers).
No entanto, chips ultramodernos e centros de armazenamento são extremamente caros atualmente, fazendo com que a barreira de entrada no universo de IA seja muito alta.
E aí é que entram os protocolos de DePin: cada celular, notebook ou computador tem capacidade de processamento e armazenamento ociosas.
O usuário pode oferecer esse “excedente computacional” para um projeto — e, em troca, ser remunerado por isso em criptomoedas através da estrutura da blockchain.
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Criptomoedas do ramo de DePin
De acordo com o Coin Market Cap, os maiores projetos de DePin ainda são relativamente pequenos, mas acumulam valores de mercado da ordem de US$ 3 bilhões. Veja alguns protocolos recomendados por analistas:
- Bittensor (TAO): é uma rede descentralizada de machine learning, que é utilizada, entre outras coisas, para treinar IAs generativas e chatbots, como o ChatGPT;
- Render (RNDR): a Render Network permite que os criadores de conteúdo enviem trabalhos de renderização — isto é, o processo de combinar o material digital bruto em um único produto, como um vídeo com legendas e música, por exemplo — para a rede e, em troca, são pagos com tokens RNDR;
- Filecoin (FIL): é um projeto que se propõe a ser o “receptáculo das informações mais importantes da humanidade”, de acordo com o documento de fundação do protocolo. É, basicamente, uma grande biblioteca digital, uma rede de armazenamento onde os usuários pagam por serviços de armazenamento e distribuição de dados com a criptomoeda FIL;
- Helium (HNT): também chamada de primeira “internet descentralizada” do mundo, a criptomoeda é um projeto de internet das coisas (internet of things ou IoT) e pretende se tornar um fornecedor de pontos (nós) de internet 5G.
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Por que o setor é promissor?
Ainda segundo o relatório da Messari, os analistas e especialistas no setor Dylan Bane e Salvador Gala esperam que o segmento de DePin tenha esse crescimento de até mil vezes na próxima década pelo aumento da demanda por infraestrutura na construção de novos projetos.
Isso porque essas infraestruturas descentralizadas podem atuar em seis categorias principais:
- Computação: armazenamento e manipulação de dados;
- Wireless (redes sem fio): movimento de dados entre espaços virtuais;
- Sensores: captura de dados do mundo real;
- Identidade: captura de identidade e reputação virtual;
- Energia: geração, armazenamento e distribuição de eletricidade;
- Logística: movimentação de ativos físicos.
Além disso, o crescimento da inteligência artificial tem demandado muito de todos esses segmentos e a união desse universo com as criptomoedas tende a impulsionar os dois universos — ainda mais se pensarmos que os Agentes de IA já são a próxima narrativa forte do setor de cripto.
Os cuidados com DePin
Naturalmente, toda nova tecnologia passa por desafios regulatórios, ainda mais se tiver a proposta de mexer diretamente com dinheiro. Possíveis avanços e retrocessos legais podem limitar os ganhos de criptomoedas do setor e frustrar as expectativas.
Por isso, os analistas e especialistas recomendam manter uma parcela responsável dos seus investimentos em ativos digitais, dada a natureza volátil dos negócios.
Outro fator importante a ser levado em conta é acompanhar a capacidade de escalabilidade e monetização do projeto, tendo em vista que a adesão a esse tipo de tecnologia pode ser limitada em um primeiro momento — ainda que, no longo prazo, essa tese tenda a ser promissora.
Por último, a segurança dos dados manuseados por empresas de tecnologia tem sido uma tônica recente e possíveis falhas de segurança no futuro podem afastar investidores.