Dependência do sucesso do CBio é proporcional à concentração da distribuição de combustíveis
Pelo rateio de metas dos Créditos de Descarbonização (CBios), que alcançarão 24,86 milhões em 2021, vê-se o poderio concentrador do mercado de distribuição de etanol hidratado e de combustíveis em geral, mas também a capilaridade que três grupos possuem de fazer chegar o abastecimento em todas as partes do Brasil.
A dependência que o consumidor tem da BR Distribuidora (BRFT3), Ipiranga (Ultrapar, UGPA3) e Raízen é proporcional à dependência que desempenho que os títulos do RenovaBio possui em relação a elas.
Em 2020, o total definido caiu pela metade, 14,5 milhões de CBios, por pressão dos três grupos.
Juntos, terão que comprar compulsoriamente, até dezembro, de acordo com o potencial de volume de etanol que distribuem estabelecido em lei, mais de 15,6 milhões desses papéis ofertados pelas usinas, quase 70% da performance total esperada, segundo dados da ANP.
As restantes 140 distribuidoras ficarão responsáveis pela aquisição de aproximadamente 9 milhões, enquanto que somente a hoje privatizada BR – mas ainda com a Petrobras (PETR4) como maior acionista -, terá que participar com 6,550 milhões, 26,3% do total.
A Ipiranga vem em segundo, com 4,715 milhões e, depois, Raízen, cuja cota será de 4,383 milhões de CBios.
A redução das metas em 2020 foi requisitada pelas grandes empresas que não vinham alinhamento entre o baixo consumo de etanol, ocasionado pela queda da atividade econômica proporcionada pela crise sanitária.
Fica a expectativa para 2021, que, até agora, não reflete mudanças positivas na demanda.
Negociação
No dia 30, o último reporte divulgado pela B3 (B3SA3) mostrava 215,5 mil CBios negociados, que geraram R$ 6,056 milhões.
A cotação média esteve em R$ 28,1, abaixo dos R$ 32 de média que esteve cada CBio até fevereiro.