Demorou, mas veio: Procon multa T4F (SHOW3) por problemas em shows de Taylor Swift e Lollapalooza
A Time For Fun -T4F (SHOW3) foi multada em mais de R$ 600 mil pelo Procon de São Paulo após registros de vários problemas nas vendas de ingressos para os shows de Taylor Swift, realizados no Rio de Janeiro e na capital paulista em novembro, e para as edições do festival Lollapalooza de 2020 e 2023.
Além da produtora de shows, o Procon-SP multou a tiqueteira Tickets For Fun, que pertence à T4F, por apresentar sucessivas falhas nas vendas de ingressos, as quais configuraram infração ao Código de Defesa do Consumidor.
Segundo o Procon, a penalidade foi baseada em respostas obtidas por meio de pedidos de esclarecimentos à T4F, pela análise de material disponível no site da produtora de shows – nas seções “Perguntas Frequentes” e “Termos e Condições” -, e em reclamações de clientes junto ao órgão de defesa do consumidor.
O Procon-SP ainda utilizou matérias jornalísticas publicadas em veículos de comunicação com relatos de irregularidades nas vendas.
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Desta forma, as irregularidades constatadas foram por ‘serviços inadequados’, como falta de respeito às próprias regras da fila virtual no site de compra, incluindo acesso de consumidores na espera, mesmo quando os ingressos já estavam esgotados.
Como também ‘vantagem manifestamente excessiva’ pelo descumprimento de diversas situações relacionadas aos ingressos da categoria meia-entrada e a não devolução da taxa de conveniência pelo cancelamento de shows.
Além disso, o órgão de defesa apurou que o direito a informação também não foi respeitado no site da Time For Fun, que ainda apresenta diversas “cláusulas abusivas” nas páginas “Perguntas Frequentes” e “Termos e Condições”. Segundo o Procon-SP, essas cláusulas envolvem instruções para retirada do pacote VIP para os shows de Taylor.
Como também a descrição do que poderia ou não ser levado para os shows, cobrança de taxa de conveniência nas vendas realizadas presencialmente e sobre procedimentos para cancelamento e devolução do valor do ingresso. O que o Procon lembra ser um direito do consumidor.
Contudo, a T4F tem o direito de recorrer da decisão do Procon de São Paulo.
Por volta das 16h30 (de Brasília), as ações da companhia tinham leve alta de 0,5%.
Taylor Swift teve passagem conturbada pelo Brasil
As vendas de ingressos para os shows da “The Eras Tour“, de Taylor Swift, ocorreram em junho deste ano. À época, a Fundação Procon-SP anunciou que seus fiscais acompanharam a venda de ingressos para o show extra da cantora.
Diante disso, as equipes, em parceria com o Departamento de Polícia de Proteção ao Consumidor, verificaram todos os aspectos relacionados ao Código de Defesa do Consumidor.
A passagem de Taylor Swift pelo Brasil foi um tanto quanto conturbada. Além das irregularidades constatadas nas vendas dos ingressos, como mostrou o Procon, uma fã morreu no primeiro show da cantora norte-americana no país, em 17 de novembro.
Na data, uma onda de calor tomou conta do Rio de Janeiro e a sensação térmica chegou a 60 graus dentro do estádio Nilton Santos, onde foi realizada a primeira apresentação de Taylor no Brasil.
Fãs apontaram negligência da T4F em morte de fã
Fãs relataram que a T4F, além de não distribuir água, não permitiu a entrada de garrafas no evento. Em meio ao calor excessivo, a produtora de shows e o estádio também não prepararam o local do show para receber 60 mil pessoas.
Quem estava no Nilton Santos ainda relatou que foram instalados tapumes em áreas abertas do estádio, impedindo a passagem de ar. Enquanto o piso instalado no gramado no local do show era de metal e não plástico, como é normalmente.
Com o óbito de Ana Clara Benevides, de 23 anos, a segunda apresentação de Taylor Swift no Rio de Janeiro, no sábado (18), foi adiada um pouco antes do início do show. Fato que gerou revolta em mães e pais de fãs presentes por já estarem dentro do estádio à espera da cantora. Boa parte era de fora do Rio de Janeiro.
Sobre essas ocorrências, o Procon ainda não penalizou a Time For Fun.
Após a morte da fã da cantora, a Time For Fun demorou quase uma semana para se pronunciar sobre a tragédia, com o CEO da companhia, Serafim Abreu, vindo a público somente após a Polícia Civil do Rio de Janeiro abrir um inquérito contra a empresa.
Por outro lado, a família de Benevides afirma que não foi procurada pela T4F para arcar com os custos do velório, traslado e sepultamento do corpo da jovem, que morava no Centro-Oeste.
Sendo assim, por meio de uma vaquinha virtual, fãs da cantora arrecadaram dinheiro que ajudou a família a pagar os custos.