Vacinas

Demora do ministério pode dificultar negociação de insumos, diz Dimas Covas

28 jan 2021, 9:23 - atualizado em 28 jan 2021, 9:23
Dimas Covas
Em entrevista à GloboNews, Dimas Covas afirmou que há uma demanda aquecida no mundo por doses da CoronaVac, que já está sendo aplicada no Brasil (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A demora do Ministério da Saúde em se manifestar sobre exercer a opção contratual para compra de 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, pode dificultar as negociações do Instituto Butantan para aquisição da matéria-prima necessária ao envase de doses do imunizante, disse o presidente do instituto, Dimas Covas, nesta quinta-feira.

Em entrevista à GloboNews, Dimas Covas afirmou que há uma demanda aquecida no mundo por doses da CoronaVac, que já está sendo aplicada no Brasil.

“Não estamos pressionando (o ministério por uma resposta), nós estamos pressionados pela demanda por vacina, existe essa demanda no mundo todo. Muitos países estão solicitando da nossa parceria Sinovac a assinatura de contrato de fornecimento”, disse Covas, um dia depois de afirmar que, caso o ministério não manifeste interesse pelo lote adicional até o fim desta semana, o Butantan direcionará sua produção para países vizinhos.

“É necessário que o ministério se pronuncie, porque nós estamos no fim de janeiro e essa produção estaria prevista para início em abril. Portanto, não haverá tempo para negociarmos com a nossa parceria em relação à matéria-prima se não houver essa manifestação.”

Em resposta às declarações de Covas na quarta-feira, o Ministério da Saúde divulgou nota em que afirma que tem a exclusividade contratual para compra das doses da CoronaVac produzidas pelo Butantan no Brasil e prazo até 30 de maio para manifestar interesse na aquisição do lote adicional de 54 milhões de doses, suplementar às 46 milhões de doses já acertadas.