Internacional

Demora de Trump em assinar pacote prejudica auxílio-desemprego

28 dez 2020, 10:42 - atualizado em 28 dez 2020, 10:42
Donald Trump
A medida trouxe alívio às bolsas, pois com a ação de Trump o dinheiro da ajuda fluirá para a economia sem a ameaça de suspensão das atividades e serviços do governo (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evitou uma crise criada por ele mesmo ao assinar o projeto de lei de ajuda à pandemia na noite de domingo, mas somente depois de privar milhões de americanos de uma semana de auxílio-desemprego e provocar queixas de congressistas de ambos os partidos.

Ao esperar até domingo para aprovar o pacote, Trump privou 14 milhões de americanos de uma semana de auxílio-desemprego ampliado.

Além disso, o ataque surpresa de Trump ao projeto de lei na semana passada causou confusão sobre a resposta do governo em um momento crucial, quando os casos de coronavírus aumentam e autoridades se apressam para distribuir a vacina.

Também criou dores de cabeça para os republicanos uma semana antes de duas eleições de segundo turno na Geórgia, que determinarão o controle do Senado.

A medida trouxe alívio às bolsas, pois com a ação de Trump o dinheiro da ajuda fluirá para a economia sem a ameaça de suspensão das atividades e serviços do governo.

Trump ganhou pouco ou nada com o drama. É improvável que o Congresso concorde com a série de mudanças exigidas por Trump no longo comunicado da assinatura. Com sua assinatura na lei, o presidente perdeu muito da vantagem que tinha para conseguir os cheques de estímulo de US$ 2 mil.

Em vez disso, Trump criou uma abertura política para os líderes democratas.

Na segunda-feira, a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, pretende conduzir uma votação nominal sobre os cheques de US$ 2 mil para destacar a oposição republicana à ideia politicamente popular apoiada por Trump.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, disse em tuíte que irá buscar autorização da casa nesta semana para aprovar o projeto de lei da Câmara, que forçará os republicanos a se oporem ao presidente ou aceitarem os cheques de US$ 2 mil que líderes partidários anteriormente consideraram muito altos.

“Cada voto republicano contra este projeto de lei é um voto para negar as dificuldades financeiras que as famílias enfrentam e para negar ao povo americano o alívio de que precisam”, disse Pelosi em comunicado.

Eleições na Geórgia

Isso condicionará David Perdue e Kelly Loeffler, os dois senadores republicanos que disputam assentos na Geórgia. Ambos promoveram a aprovação da medida de ajuda de US$ 900 bilhões, que foi criticada por Trump. Os candidatos democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock deixaram claro que apoiariam os pagamentos de US$ 2 mil.

Com o atraso na assinatura do projeto de lei de quinta para domingo, dois programas de desemprego da pandemia expiraram na noite de sábado. Trabalhadores autônomos e aqueles cujos benefícios de desemprego estaduais se esgotaram perderão uma semana de ajuda.

Os cinco dias de caos semeados pelas ações de Trump mostraram como sua influência diminuiu nas últimas semanas na presidência, mesmo enquanto tenta se agarrar ao poder.

Nesta semana, a Câmara e o Senado organizam votações para anular o veto de Trump da semana passada ao projeto de lei de autorização de defesa anual. A iniciativa tem boa chance de ir em frente e anular pela primeira vez um veto da presidência de Trump.

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