Demissões em bancos se aproximam de 60 mil, a maioria na Europa
Os cortes de empregos anunciados por bancos este ano se aproximam de 60.000, quase todos na Europa, onde taxas de juros negativas e a desaceleração da economia levam instituições financeiras, como o alemão Commerzbank, a intensificar as reduções de custo.
O Commerzbank disse na semana passada que planeja eliminar 4.300 posições, aprofundando uma reestruturação iniciada há três anos. O número eleva o total divulgado este ano para cerca de 58.200, com cerca de 90% dessas demissões na Europa.
Os números destacam a fraqueza do setor financeiro da Europa, que enfrenta um mercado bancário fragmentado, desaquecimento econômico e juros negativos que corroem a receita dos empréstimos há meia década.
As expectativas de que os juros voltariam a subir foram frustradas este ano, quando a guerra comercial entre Estados Unidos e China afetou as exportações da região e forçou o Banco Central Europeu a reduzir as taxas ainda mais abaixo de zero.
Os bancos da Alemanha, que dependem mais das exportações do que a maior parte das grandes economias, estão no topo da lista de demissões.
O Deutsche Bank planeja demitir 18.000 funcionários até 2022, ao mesmo tempo em deixa grande parte de seus negócios de banco de investimento. Bancos da Espanha, Reino Unido e França também reduzem milhares de postos para sustentar a rentabilidade.
Nem tudo é sombrio no setor bancário europeu, pois as empresas estão abrindo vagas para atualizar tecnologias e melhorar as políticas de conformidade.
O Commerzbank, que empregava 41.486 pessoas no fim do ano passado, disse que planeja abrir 2.000 vagas em “áreas estratégicas” como parte de sua reestruturação.