Setor Aéreo

Demanda por transportes aéreos cresce, mas ritmo está desacelerando, diz IATA

07 nov 2018, 18:14 - atualizado em 07 nov 2018, 18:14
(Divulgação/ANAC)

Os resultados do tráfego de passageiros em transportes aéreos no mês de setembro deste ano, divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association), mostraram que a demanda subiu 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao crescimento de 6,4% registrado em agosto na comparação com o ano passado, os números indicam uma desaceleração do aumento percentual, mesmo com a redução dos impactos de furacões e tufões.

“Isso provavelmente foi causado pela antecipação do aumento reduzido da demanda relacionado às tarifas aéreas mais baixas devido às crescentes pressões dos custos das companhias aéreas, principalmente de combustível. A grande incerteza de políticas comerciais e cada vez mais protecionistas também pode ter uma influência nisso”, ressalta Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA.

A capacidade aumentou 5,8%, enquanto o fator de carga obteve queda, pela primeira vez em oito meses, de 0,3 ponto percentual frente ao mesmo período de 2017, atingindo 81,4%.

Mercados internacionais

A demanda internacional registrou aumento de 4,9%. O cenário das companhias áereas também se mostrou positivo: todas registraram crescimento em relação a 2017. A capacidade total teve aumento de 5,1% e o fator de carga caiu 0,1 ponto percentual, fechando em 81,2%.

Na região Ásia-Pacífico, o aumento foi de 5,4% em setembro frente ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, pode ser considerado uma queda em relação ao crescimento anual de 7,4% em agosto, fato devido à ocorrência de tufões e o fechamento do Aeroporto Internacional de Kansai durante vários dias. A capacidade cresceu 4,3% e o fator de carga obteve aumento de 0,9 ponto percentual, atingindo 79,2%.

As companhias aéreas europeias tiveram aumento da demanda de 5,2% frente a setembro de 2017, compatível ao aumento de agosto, de 5,4%. A capacidade expandiu 4,9% e o fator de carga registrou aumento de 0,2 ponto percentual, atingindo 87%. Mesmo crescendo, a demanda com ajuste sazonal vem desacelerando desde o início do ano.

A demanda das companhias aéreas do Oriente Médio cresceu 1,8%, representando queda em quatro meses. Tal resultado é reflexo da proibição na cabine de dispositivos eletrônicos portáteis maiores e das proibições de entrada nos Estados Unidos. A capacidade aumentou 5,3%, enquanto que o fator de carga sofreu decréscimo de 2,4 pontos percentuais, terminando em 72,3%.

Na América do Norte, as companhias tiveram em setembro aumento na demanda de 5%, 3,7% a mais frente a agosto. O fortalecimento da economia norte-americana foi a principal responsável pela recuperação. A capacidade cresceu 5,4% e o fator de carga caiu 0,3 ponto percentual, atingindo 80,8%.

As companhias aéreas da América Latina fecharam setembro com alta de 7%, o maior entre as regiões. O resultado superou o crescimento de 4,4% em agosto, o que dá mostras de recuperação desde a atividade moderada nos meses de verão e a paralisação geral causada pela greve dos caminhoneiros no Brasil. A capacidade subiu 9,8%. O fator de carga apresentou decréscimo de 2,1 pontos percentuais, atingindo 80,3%.

As companhias africanas tiveram aumento de 6%, o que corresponde a uma queda quando comparado com os 6,8% no mês de agosto. A capacidade cresceu 4,9%, ao passo que o fator de carga subiu 0,8 ponto percentual, chegando em 74,6%. Diante desse quadro de crescimento, África do Sul e Nigéria estão enfrentando desafios ainda maiores para a economia local.

Mercados domésticos

O percentual de demanda dos mercados domésticos subiu 6,5% em setembro frente ao mesmo período do ano passado. Isso representa uma desaceleração quando comparado com os 7,5% de agosto. A capacidade registrou aumento de 7,4% e o fator de carga caiu 0,6 ponto percentual, atingindo 81,6%.

No Japão, o tráfego doméstico teve queda de 5% devido à ação do tufão Jebi, o que o causou o fechamento do Aeroporto Internacional de Kansai por vários dias, mas nada que represente um impacto de longa duração.

Na Austrália, o tráfego aumentou 0,9%, representando uma queda de 0,8 ponto percentual em comparação a agosto.

Segundo previsão divulgada no mês passado pela IATA, a aviação atualmente oferece 65,5 milhões de empregos, com impacto econômico de US$ 2,7 trilhões. A demanda pelos serviços das companhias aéreas podem dobrar em 2037, chegando a chegar a 8,2 bilhões de passageiros.

Para que os aeroportos possam atender a todos, Alexandre de Juniac fala sobre investimentos na infraestrutura por parte dos governos: “Os governos precisam fazer sua parte, fornecendo capacidade suficiente para aeroportos e espaço aéreo, a um preço acessível e com qualidade para atender às nossas necessidades técnicas e comerciais”.

“A recente decisão de cancelar a construção do novo aeroporto para a Cidade do México, uma obra tão necessária, significa um recuo que trará impactos econômicos negativos não apenas para o México, como também afetará as opções de conectividade de toda a América Latina”, complementa o CEO.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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