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Demanda por papel e celulose segue elevada com estoques baixos, diz Klabin

27 out 2020, 13:59 - atualizado em 27 out 2020, 13:59
Celulose
As units da Klabin exibiam queda de 1,2% às 13h50 (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

Os mercados de papel e celulose estão registrando demanda forte também no quarto trimestre, permitindo à Klabin (KLBN11) repassar aumento de custos de cerca de dois dígitos em papelão e elevar preços da celulose para a China, disseram executivos da maior fabricante de papel para embalagens do país nesta terça-feira.

A companhia anunciou para novembro alta de 20 dólares no preço da tonelada de celulose para a China e vê tendência de elevação dos preços da matéria-prima do papel, diante de paradas programadas para manutenção de fábricas do setor no mundo no fim deste ano e um nível de estoques baixo.

“Estamos com uma dose de otimismo para os próximos meses”, disse a analistas o diretor da unidade de celulose da Klabin, Alexandre Nicolini, em teleconferência de resultados.

“No terceiro trimestre, que normalmente é o mais fraco, vimos a partir de agosto uma retomada gradual do segmento gráfico, coisa que a gente nem tinha previsto, mas houve uma retomada em escolas e escritórios, alguns clientes retomaram compras em patamares normais”, disse o executivo.

Ele acrescentou ainda que o mercado de papéis ‘tissue’, como de lenços e papel higênico, continua “extremamente saudável” e que a premissa da Klabin para o crescimento da demanda de celulose no mundo em 2021 é de entre 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas, a maior parte em fibra curta.

Já o diretor da área de papéis da Klabin, Flávio Deganutti, disse ver crescimento “muito relevante” na demanda por papelão ondulado no mercado brasileiro.

O presidente da companhia, Cristiano Teixeira, afirmou que a migração do consumo do varejo físico para o online, incluindo de itens de supermercado como alimentos, tem elevado a demanda por papelão. “Parece que é uma mudança que veio para ficar”, disse o executivo.

No terceiro trimestre, a Klabin elevou o volume total de vendas em 14% ante mesmo período de 2019 e 6% na comparação sequencial.

Em papéis, o crescimento na comparação anual foi de 7%, guiado por um salto de 17% no segmento de kraftliner. Já em celulose, a alta foi de 22% ano a ano.

As units da Klabin exibiam queda de 1,2% às 13h50, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 0,86% afetado por mau humor em mercados externos.

Executivos da Klabin afirmaram que a unidade de celulose da empresa no Paraná, Puma I, vai parar para manutenção em dezembro, o que pode afetar o volume de vendas.

Apesar disso, a empresa espera elevar a geração de caixa medida pelo Ebitda no quarto trimestre ante o mesmo período de 2019, disse Teixeira. Já para 2021, a unidade não tem paradas programadas.

Sobre o projeto de expansão de capacidade produtiva, chamado de Puma II, Teixeira afirmou que 57% das obras da primeira fase estão concluídas e que o desembolso deste ano é previsto em 3,6 bilhões de reais.

Para 2021, o número deve cair para 2,8 bilhões. A primeira máquina de produção de papel do projeto deve entrar em operar em julho próximo.

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