Demanda por commodities é firme apesar de rali, diz Votorantim
Se a Votorantim servir como termômetro, o receio de que o aumento dos preços das matérias-primas começa a afetar a demanda pode ser exagerado.
Para o conglomerado, o segundo trimestre tem sido “muito bom”, após o Ebitda ter quase quadruplicado nos primeiros três meses do ano, superando as expectativas, disse o diretor financeiro da Votorantim, Sergio Malacrida, em entrevista.
A Votorantim se beneficia das fortes vendas de cimento na América do Norte, bem como dos preços e volumes mais altos dos metais.
Na divisão de cimento, o Ebitda deu um salto de 318% no primeiro trimestre, enquanto na unidade de mineração Nexa Resources o aumento foi de 312%.
Depois de um índice de commodities ter atingido o maior nível em quase uma década no início do mês, os preços recuaram em meio a temores de que a inflação possa afetar a recuperação econômica global.
As medidas da China para esfriar os preços nesta semana pressionaram metais como cobre e minério de ferro. Mas Malacrida diz que o cenário continua positivo.
“Com o avanço da vacinação e a aceleração dos projetos de infraestrutura, a demanda por commodities continuará firme”, disse Malacrida.
Embora não haja sinais de desaceleração da demanda, a empresa adota uma abordagem conservadora em relação às previsões, devido à recuperação desigual entre os países do impacto da pandemia.
No Brasil, por exemplo, a demanda por cimento aumentou no ano passado, mesmo com a retração da economia. “As correlações foram quebradas”, disse.