Demanda por carvão pode ter maior queda anual desde 2ª Guerra
A demanda global por carvão deve registrar a maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial sob o impacto das medidas de confinamento sobre a atividade econômica.
A queima de carvão para produzir eletricidade em vários países europeus já não é lucrativa e se tornou socialmente insustentável, como resultado do gás natural mais barato e da expansão de fontes de energia renovável, além de poderosos movimentos de defesa do meio ambiente. A pandemia apenas acelerou o declínio do carvão.
A demanda global por carvão deve cair 8%, informou a Agência Internacional de Energia em relatório que mede o impacto do vírus no setor de energia. A expectativa é que a quantidade de combustível queimado para energia mostre queda de 10%.
Na China, maior consumidora de carvão do mundo, a demanda deve encolher 5%, apesar da recuperação gradual das indústrias desde que as medidas de confinamento foram reduzidas.
Na Europa, onde as políticas de eliminação total do carvão começam a entrar em vigor, a estimativa é de queda de 20% na demanda, enquanto nos EUA a redução pode chegar a 25%, informou a AIE.
Nas últimas duas semanas, Áustria e Suécia anunciaram que fecharam as últimas usinas a carvão e agora fazem parte do grupo de países sem carvão em seu mix de eletricidade, como Albânia, Bélgica, Estônia, Letônia, Lituânia e Noruega.
O Reino Unido não usa carvão há 20 dias, um recorde da era moderna, com a meta de eliminar o uso do combustível até 2025.
A Alemanha pretende abandonar o carvão até 2038, embora forças de mercado desencadeadas pelo coronavírus possam acelerar esse processo.
“Este é um choque histórico para todo o mundo da energia”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. “Em meio às crises econômicas e de saúde incomparáveis de hoje, a queda da demanda por quase todos os principais combustíveis é impressionante, especialmente para o carvão, petróleo e gás.”