Demanda melhora e crescimento de serviços no Brasil ganha força em fevereiro, mostra PMI
O crescimento da atividade de serviços do Brasil ganhou força em fevereiro em meio à demanda favorável com o recuo da pandemia e o avanço da vacinação contra o coronavírus, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.
A IHS Markit informou que seu PMI subiu a 54,7 em fevereiro, de 52,8 em janeiro, mês em que o ritmo da atividade desacelerou devido à variante Ômicron do coronavírus. Com isso, o índice permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo nono mês seguido.
“Após apresentar resiliência frente à escalada da pandemia em janeiro, o setor de serviços ganhou impulso de crescimento em fevereiro, com a atenuação da Ômicron. As empresas testemunharam os ganhos mais acentuados de novos negócios em uma década, com consequente aumento da produção”, avaliou em nota a diretora associada de economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.
Além da queda nos casos de Covid-19 e do avanço da vacinação, várias empresas citaram ainda a retomada de eventos adiados, a redução das restrições de viagem e o aumento da adesão dos consumidores, de acordo com a IHS Markit.
No geral, as vendas cresceram com força e o aumento da atividade levou os fornecedores de serviços brasileiros a aumentar suas equipes em fevereiro. O subíndice de emprego cresceu pelo nono mês seguido, e registrou o segundo ritmo mais rápido em quase 14 anos.
As empresas relataram, no entanto, novo aumento das despesas operacionais. Apesar de a taxa de inflação dos preços ter desacelerado frente a janeiro, ela ainda foi acentuada, em meio a custos mais elevados com energia, alimentação, combustível, encargos trabalhistas, embalagens e transporte.
Em alguns casos, os aumentos também foram associados ao fortalecimento do dólar e à escassez de insumos.
As empresas buscaram proteger suas margens e com isso repassaram o aumento dos preços aos clientes, ainda que a alta dos preços dos bens finais tenha se atenuado em relação a janeiro.
“Embora as empresas de serviços tenham continuado a informar aumento das despesas em fevereiro, as condições favoráveis de demanda possibilitaram que elas repassassem os custos adicionais para os clientes sem prejudicar as vendas”, disse De Lima.
A pesquisa, realizada antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, mostrou ainda que a confiança nos negócios aumentou em fevereiro, com o otimismo no maior nível desde setembro.
Os fornecedores de serviços apontaram esperanças de que as condições econômicas continuem a melhorar conforme os casos de Covid-19 diminuem, e pretendem aumentar os investimentos, as iniciativas de marketing e oferecer novos serviços.
Em fevereiro, o PMI da indústria brasileira mostrou que a queda nas novas encomendas perdeu força, e o setor se aproximou de estabilização. Com o avanço de serviços, a produção do setor privado ganhou velocidade em fevereiro, com o PMI Composto saltando a 53,5, máxima desde setembro, de 50,9 em janeiro.
“A economia de serviços foi a única a contribuir para aumentos mais rápidos e sólidos das vendas, da produção e do índice de empregos no setor privado até à metade do primeiro trimestre”, destacou De Lima.