Combustíveis

Demanda global por gasolina e diesel só voltará ao normal no fim de 2021

14 set 2020, 11:15 - atualizado em 14 set 2020, 11:15
Incerteza: se houver uma segunda onda de contágios, prazo será ainda maior (Imagem: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

A demanda global por gasolina e diesel deve retornar aos níveis anteriores à pandemia no final do ano que vem, embora um ressurgimento de casos de Covid-19 possa manter o consumo oscilando, disseram vários executivos seniores da indústria nesta segunda-feira.

O caminho para a recuperação deve ser difícil, e a indústria de energia deve estar pronta para atender aos choques de demanda ajustando a produção de refinarias e com armazenamento suficiente para lidar com o excesso de oferta quando este surgir, disseram os executivos.

“Uma segunda onda ou um conjunto contínuo de surtos que impactem a demanda é (…) o choque mais provável que o mercado de petróleo precisa considerar nos próximos 12 a 24 meses”, disse Giovanni Serio, chefe global de pesquisa da trader de commodities Vitol, durante a Asia Pacific Petroleum Conference, que ocorreu de modo virtual.

A demanda global por petróleo diminuiu em 22 milhões de barris por dia (bpd) em abril, um recorde, com 4 bilhões de pessoas em quarentena devido ao coronavírus, disse Arif Mahmood, vice-presidente executivo e diretor executivo de downstream da malaia Petronas.

E a demanda global deverá cair 8,1 milhões de bpd este ano, para 91,9 milhões de bpd, disse a Agência Internacional de Energia (IEA).

Qualquer retomada da Covid-19 durante o inverno do Hemisfério Norte, no entanto, poderia gerar outro choque no mercado, disse o chefe de análise da S&P Global Platts, Chris Midgley.

“Há um risco real disso. Nós temos visto aumento nas taxas de infecção agora”.

Serio, da Vitol, disse que interrupções na recuperação teriam que ser enfrentadas por uma disciplina ainda maior por parte de produtores e refinarias para conter a oferta, assim como uma disponibilidade imediata de armazenamento para o petróleo excedente.

A demanda por combustível para aviões, no entanto, não deve se recuperar muito, uma vez que levará mais tempo para que as viagens aéreas voltem aos níveis pré-pandemia.

O consumo de gasolina e diesel na Malásia já voltou aos níveis de 2019, mas o mercado de combustível para aviação “ainda segue muito deprimido”, dado que as fronteiras do país estão fechadas, disse Arif.

“Mesmo se abrirem, ainda levará tempo para o mercado se recuperar”, afirmou.

A demanda global por combustível de aviação caiu de cerca de 10 milhões de bpd para cerca de 3 milhões de bpd, disse Ben Lockock, co-chefe de petróleo da trading Trafigura.

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