Demanda coloca petróleo a caminho do melhor semestre desde 2009
O petróleo pode fechar o semestre com o melhor desempenho desde 2009 em meio à expectativa do mercado sobre uma importante reunião da Opep+ que deve resultar em aumento da oferta.
Os contratos futuros em Nova York acumulam alta superior a 50% este ano. O American Petroleum Institute (API) registrou queda semanal de 8,15 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA, segundo pessoas a par dos dados, o que reforçou a perspectiva positiva antes da reunião da Opep+ na quinta-feira.
A aliança adiou conversas preliminares para que os membros tenham mais tempo para resolver diferenças. Enquanto a Rússia estuda uma proposta para aumentar a produção, a Arábia Saudita sinaliza que prefere uma abordagem gradual diante de novos surtos de Covid-19 em algumas regiões, e o Kuwait disse que o grupo continua cauteloso.
A recuperação das maiores economias, como nos Estados Unidos e China, tem ajudado a sustentar o aumento da demanda por combustíveis, impulsionando as cotações do petróleo para o maior nível desde 2018.
A Opep+ prevê déficit no mercado no resto do ano caso mantenha a produção estável, enquanto a perspectiva de um fluxo iminente de petróleo iraniano perde força com o impasse das negociações. Mas as ondas de Covid-19 causam preocupação.
No Reino Unido, os casos aumentaram, e a Austrália se apressa para controlar surtos. Outros países retomam as restrições às viagens.
“Um aumento da produção em agosto e depois disso seria necessário para equilibrar o aumento extra da demanda”, disse Hans van Cleef, economista sênior de energia do ABN Amro. “Mas as incertezas manterão a Opep e a Opep+ com os dedos nos ‘botões da produção’.”
A Opep+ tinha previsão de convocar o órgão consultivo – o Comitê Misto de Acompanhamento Ministerial – na quarta-feira, mas a sessão foi adiada para quinta-feira.
Delegados disseram que o objetivo é dar mais tempo para as negociações, embora uma carta oficial tenha atribuído o atraso a “compromissos presidenciais” do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak.
A aliança deve elevar a produção em agosto em cerca de 550 mil barris por dia, de acordo com pesquisa da Bloomberg.
O Goldman Sachs projeta aumento semelhante, mas disse que até um aumento surpresa de 1 milhão de barris por dia não seria suficiente para frear o rali do petróleo.