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Deltec, responsável pelas reservas da Tether, comprou muitos bitcoins para clientes

15 jan 2021, 11:10 - atualizado em 15 jan 2021, 11:10
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Tether sempre teve problemas em comprovar que as reservas de sua stablecoin USDT existiam; Deltec é o banco responsável pelo lastro dessa criptomoeda (Imagem: Twitter/Tether)

Deltec, banco com sede nas Bahamas responsável pelas reservas da gigante stablecoin Tether (USDT), possui uma “grande posição em bitcoin”, segundo Hugo Rogers, diretor de investimentos.

Rogers divulgou o investimento durante um vídeo sobre o desempenho em 2020, publicado nessa quinta-feira (14). Mais especificamente, os comentários sobre a posição em bitcoin surgiram após uma pergunta sobre “as ordens de alto nível e as melhores escolhas” do Deltec para este ano.

Após discutir as posses de títulos do banco, Rogers explicou:

Mantivemos uma posição bem significativa em beneficiários de máxima monetização, então isso inclui ouro, bem como outras commodities. Também inclui uma grande posição em bitcoin, que chamou muita atenção recentemente. 

Compramos bitcoin para nossos clientes a US$ 9,3 mil, então isso foi muito bom ao longo de 2020 e esperamos que continue sendo em 2021 conforme as “impressoras” continuam a todo o vapor.

A data da aquisição não foi divulgada. Dados de mercado da corretora Coinbase mostram que o preço do bitcoin havia sido negociado em US$ 9,3 mil em meados de julho de 2020.

Em outubro de 2018, Tether passou a deter suas reservas com Deltec, anteriormente tendo trabalho com o banco porto-riquense Noble Bank. Em uma carta publicada em novembro de 2018, Tether divulgou sua parceria com Deltec que, em seguida, foi confirmada pelo banco.

Os problemas bancários da Tether começaram em 2017, quando Wells Fargo — banco pelo qual a Tether processava suas transações em dólares americanos — passou a bloquear tais atividades, resultando em um processo judicial que foi logo retirado.

Tether está sujeita a um inquérito pela Promotoria de Nova York (NYAG) por conta da iFinex, empresa-mãe da Tether e da corretora cripto Bitfinex.

A investigação veio a público em abril de 2019. Em julho de 2020, a promotoria conseguiu uma apelação relacionada à produção de um documento para sua investigação.

Em 9 de dezembro, a promotoria contou a um juiz do Supremo Tribunal de Nova York que a iFinex esteve cooperando com a produção do documento, cujo prazo foi estendido para esta sexta-feira (15).

Tether sempre foi alvo de controvérsias públicas e acusações de fraude, direcionadas pela alegação de que a stablecoin USDT não é completamente lastreada em reservas e é utilizada para manipular preços de criptomoedas.

Desde o início do processo da NYAG, a presença da Tether continuou a crescer, tanto em termos de números de blockchains que apoiam USDT como também na quantia total da stablecoin em circulação.

Segundo dados coletados pelo The Block, existem mais de 25 milhões de USDT.