Delta deve optar por venda em bloco de ações da Gol, diz Valor
Depois de fechar a compra de uma fatia da Latam, a Delta Airlines está definindo qual será a melhor forma para vender sua participação na brasileira Gol (GOLL4). A edição desta segunda-feira do jornal Valor Econômico informa que a intenção da aérea americana é fazer uma venda em bloco, ou uma oferta subsequente de ações, mas a preferência seria por um block trade.
Por volta das 16h desta segunda-feira, as ações da Gol operavam com alta de 0,69% a R$ 32,22.
A principal questão é que a venda em bloco faria com que a companhia americana tivesse um desconto maior do que seria obtido no follow-on, com a vantagem de que é uma operação mais rápida e barata. O entendimento, informa a publicação, é que compensaria esse desconto parcial.
Na venda subsequente, a Delta precisaria contratar um sindicato de banco e passar por um processo de cerca de três semanas até a realização da oferta restrita de ações. Em média, diz o Valor, a comissão paga aos coordenadores é de 2%, o que leva em consideração o custo base e o incentivo. Já em um block trade, a venda pode acontecer de um dia para o outro, sendo necessário contratar somente um banco e pagar comissão média de 1%.
Antes de bater o martelo, Delta deve colocar um banco para sondar o mercado sobre a viabilidade do block trade para ver o desconto que será cobrado e assim tomar a decisão.
A reportagem informa que atualmente a Delta detém 32,93 milhões de ações preferenciais da Gol, cotadas em bolsa, com base no fechamento de sexta-feira, a R$ 31,98, o que equivale a R$ 1,05 bilhão. Comparando o giro médio dos últimos 30 dias, de R$ 172,4 milhões, é um valor elevado. Apesar disso, na sexta-feira, com a notícia do acordo da Delta e Latam, o giro da Gol foi de R$ 500 milhões.
O Credit Suisse avalia que para a Gol, o ponto mais negativo do negócio foi perder o acordo de compartilhamento de voos com a Delta. Apesar disso, o impacto financeiro é considerado irrelevante, representando apenas 0,3% das receitas.
Como a Latam tinha acordo de codeshare com a American Airlines, o natural, segundo analistas ouvidos pelo Valor, é que a americana se junte com a Gol para fechar uma parceria nos mesmos moldes, o que viria por falta de opção para as duas companhias.