Delator acusa presidente da OAB de pedir dinheiro para reeleição da seccional do Rio; Santa Cruz rechaça
O ex-presidente do Fecomércio do Rio de Janeiro Orlando Diniz acusou, em delação premiada, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, de ter feito um contrato fictício com a entidade por meio do qual recebeu recursos para sua candidatura à reeleição da seccional do Rio em 2014, conforme reportagem da CNN Brasil veiculada nesta terça-feira.
Diniz disse que Santa Cruz pediu dinheiro “em espécie” para sua campanha à reeleição da OAB do Rio em 2014.
O delator afirmou que não tinha os recursos, mas acertaram um contrato de fachada entre a Fecomércio e um indicado de Santa Cruz para efetuar o contrato, no valor de 120 mil reais. Os serviços, segundo ele, nunca foram prestados.
A acusação foi feita em delação que teria sido firmada entre o Orlando Diniz, e a Justiça Federal do Rio, segundo a CNN.
Santa Cruz negou em nota o suposto acordo e disse que a suposta delação seria uma retaliação de Diniz.
“O presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, rechaça com veemência as ilações mentirosas dessa delação fantasiosa. Ressalta que nunca pediu qualquer tipo de apoio para campanha da Ordem ou negociou qualquer serviço com o senhor Orlando Diniz”, diz a nota.
“Tais mentiras só podem ser interpretadas como retaliação à ação do dr. Felipe Santa Cruz como advogado do Sesc e do Senac/RJ em processo no TCU, justamente pedindo ressarcimento dos danos causados pelo delator às organizações processo esse em que esse senhor foi condenado a devolver mais de 58 milhões de reais aos cofres do Sesc e do Senac estaduais por um convênio ilegal”, adicionou.
A Vara responsável pelo suposto acordo de delação, conduzida pelo juiz federal Marcelo Bretas, informou que “não se manifesta sobre acordos de delação, que têm sempre natureza sigilosa”.
Diniz deixou o comando da Fecomércio em 2018, após ser preso em uma fase da operação da Lava Jato naquele ano acusado de um série irregularidades, entre elas, supostos desvios de recursos do sistema Sesc/Senac.
Ele teria também ligação com o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde 2016 e condenado a quase 300 anos de reclusão.
“Está clara a intenção de destruir reputações para tentar escapar de penas pesadas às quais são submetidos aqueles que, como o pretenso delator, cometem crimes.”, disse ainda Santa Cruz.