Delação premiada de Joesley e Wesley pode voltar a valer
A Procuradoria-Geral da República afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vai realizar reuniões com a defesa de executivos da J&F para avaliar a possibilidade de repactuação do acordo de delação premiada firmado por eles, conforme petição encaminhada nesta sexta-feira à corte pela chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no órgão, a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo.
Com essa iniciativa, a chefe da força-tarefa pede ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, prazo de 60 dias de suspensão do processo que discute a rescisão da delação premiada dos executivos. Ela justificou ter feito esse pedido ao atender requisição feita pela defesa em 4 de fevereiro.
A delação dos executivos da J&F foi um dos mais explosivos acordos firmados pela Lava Jato em 2017 e envolveu o então presidente Michel Temer e o ex-senador e atual deputado tucano Aécio Neves (MG).
Os executivos – entre eles os irmãos Joesley e Wesley Batista – receberam imunidade penal como benefício por terem confessados crimes.
Contudo, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu às vésperas de deixar o cargo a rescisão do acordo dos executivos sob a acusação de que eles teriam mentido ou omitido fatos da sua colaboração. O STF pautou para 17 de junho o julgamento desse pedido.