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Deixa para depois da eleição: Petróleo volta a subir e defasagem do preço do diesel chega a 17%

19 out 2022, 18:10 - atualizado em 19 out 2022, 18:10
barris de petróleo sobre notas de dólar
Petróleo volta a subir com choques de oferta no radar (Imagem: Shutterstock)

O petróleo voltou a subir no pregão desta quarta-feira (19), recuperando-se de uma sequência de duas semanas negativas, com a volta de choques de oferta no noticiário dos mercados da commodity.

O WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) futuros operam em alta de 3,55% e 2,64%, respectivamente. Com o resultado do dia, o Brent voltou a ser cotado a US$92/barril.

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Um problema para depois da eleição

À medida que os choques de oferta voltam a disputar os rumos dos mercados, aumenta também a preocupação do governo com a defasagem de preços de derivados ante o preço médio praticado em refinarias e postos de gasolina.

Segundo análise do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a defasagem do preço do óleo diesel é de 17%, enquanto a diferença de preços para a gasolina se aproxima de 8% — o combustível não é reajustado faz 45 dias.

O CBIE ainda informa que o GLP está 34,90% mais caro em território nacional, devido aos baixos volumes de importação, que pressionam as taxas de frete com limites nos tamanhos de navios e dos postos.

Apesar da tendência clara de alta dos combustíveis, a proximidade do segundo turno eleitoral deve jogar a discussão sobre um reajuste para novembro, quando será conhecido o novo presidente da República.

O represamento de preços preocupa analistas, dado o potencial inflacionário que a medida tende a causar nos próximos meses, com um repasse mais intenso dos preços em um período curto de tempo.

Queda de estoque americano e ban de petróleo russo ajudam mercados

Os mercados foram pegos de surpresa por uma queda de 1,725 milhão de barris no estoque americano durante a semana passada. A informação foi divulgada pela Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), órgão associado ao Departamento de Energia dos EUA.

A nova tendência de alta já entrou no radar do governo Biden, que cogita liberar mais 15 milhões de barris de petróleo de sua reserva estratégica para prevenir uma nova onda inflacionária dos combustíveis.  Uma remessa adicional também poderia ser liberada durante os meses mais frios, quando o consumo de energia no Hemisfério Norte tende a aumentar.

A alta do dia também reflete as expectativas dos mercados com a aprovação de um novo pacote, acordado entre países do G7 (as sete maiores economias do mundo), com vistas ao estabelecimento de um teto ao preço do petróleo russo. Idealizadores do projeto, representantes do governo dos Estados Unidos procuraram os demais países da Opep+ para assegurá-los de que a medida não seria aplicada às suas produções.

A medida é amplamente contestada por Moscou, que prometeu impor mais retaliações às economias dos países ocidentais. Rússia e Ocidente mantêm uma disputa intensa sobre o mercado de energia desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro deste ano.

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