Economia

Deflação: Veja quem sentiu e quem viu os preços subirem, segundo Ipea

16 ago 2023, 16:08 - atualizado em 16 ago 2023, 16:08
supermercado
Julho trouxe dados distintos, com deflação para as famílias de baixa renda e inflação para as de renda maior. (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O Indicador Ipea, que informa a inflação por Faixa de Renda, apontou resultados distintos entre as classes de renda no mês de julho: alguns no caminho da deflação e, outros, passando longe dela.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), informou que, enquanto as famílias com a faixa de renda alta aceleraram 0,50% na inflação, famílias com a faixa de renda muito baixa desaceleraram em -0,28%.

No acumulado do ano até junho, a faixa de renda muito baixa apresentou a menor taxa de inflação (2,2%), enquanto a de renda alta registrou a maior taxa (3,5%). Confira a tabela abaixo:

Faixa de renda Deflação
Julho Ano 12 meses
Renda muito baixa -0,28 2,19% 3,44%
Renda baixa -0,14 2,53% 3,60%
Renda média-baixa 0,02 2,86% 3,84%
Renda média 0,23 3,18% 4,12%
Renda média-alta 0,36 3,42% 4,46%
Renda alta 0,50 3,54% 5,09%

Conforme a tabela, nos últimos 12 meses, a menor taxa de inflação veio da faixa de renda muito baixa (3,44%), enquanto a maior veio da faixa de renda alta (5,09%).

Grupos que trouxeram alívio inflacionário

Segundo os dados, os principais grupos que trouxeram alívio inflacionário foram: “alimentos e bebidas” e “habitação”. Com uma queda significativa dos preços dos alimentos à domicílio, houve a possibilidade de uma forte descompressão sobre os índices de inflação.

No grupo de “alimentos e bebidas“, as maiores quedas de preços registradas vieram de:

Alimentos Preços
Cereais -2,20%
Carnes -2,10%
Aves e ovos -1,90%
Leites e derivados -0,89%

Esses alimentos contribuíram para que a queda dos preços ocorresse em julho, sendo o maior peso em cestas de consumo, principalmente para famílias de renda mais baixa.

No grupo de “habitação“, houve um benefício vindo da desaceleração de -3,7% das tarifas de energia elétrica.

Já no grupo de “transportes“, no qual exerceu a maior contribuição positiva para a inflação, teve o impulso do reajuste do preço da gasolina (4,8%) e afetou todas as faixas de renda.

As famílias de renda mais alta receberam um impacto sob as altas nas passagens aéreas (4,8%) e dos aluguéis de veículos (10,1%), anulando a pressão inflacionária dos segmentos de alimentos e energia elétrica. Apesar disso, os aumentos dos planos de saúde (0,78%) e serviços de recreação (0,51%), foram impactados nos grupos de “saúde” e “cuidados pessoais”.

Comparativo anual

Segundo o Ipea, em relação ao mesmo período de 2022, houve uma piora no comportamento da inflação para todas as faixas de renda, apesar da queda benevolente dos alimentos. Os dados acumulados nos 12 meses, por outro lado, apontaram uma aceleração em todas as faixas, em meio as curvas de inflação apresentadas.

O baixo desempenho para as famílias de rendas mais altas, vieram principalmente pelo contrates entre o reajuste dos combustíveis (4,2%) e a forte deflação (14,2%). Já as famílias de renda muito baixa, atingiram a menor taxa de variação no período de 12 meses até agora (3,4%).

Dessa forma, as contribuições com as maiores pressões inflacionárias vieram, principalmente, dos grupos de “saúde” e “cuidados pessoais”, impactadas pelo reajuste nos produtos farmacêuticos (6,2%), nos produtos de higiene (12,3%) e nos planos de saúde (14,1%).

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