Deflação: Preço dos alimentos cai, enquanto reajuste da gasolina pressiona; veja quem sentiu
O indicador Ipea, que informa a inflação por faixa de renda, manteve-se em queda entre as classes de renda no mês de setembro, com alguns no caminho da deflação e outros passando longe dela.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que, enquanto as famílias com a faixa de renda alta aceleraram 0,57% na inflação, famílias com a faixa de renda muito baixa desaceleraram em 0,02%.
No acumulado do ano até setembro, a faixa de renda muito baixa apresentou a menor taxa de inflação (2,30%), enquanto a de renda alta registrou a maior taxa (4,38%). Confira a tabela abaixo:
Faixa de renda | Inflação | |||||
Julho | Agosto | Setembro | Ano | 12 meses | ||
Renda muito baixa | -0,28 | 0,13 | -0,02 | 2,30% | 3,90% | |
Renda baixa | -0,14 | 0,18 | 0,08 | 2,81% | 4,45% | |
Renda média-baixa | 0,02 | 0,23 | 0,02 | 3,30% | 5,06% | |
Renda média | 0,23 | 0,29 | 0,32 | 3,82% | 5,59% | |
Renda média-alta | 0,36 | 0,32 | 0,37 | 4,14% | 5,95% | |
Renda alta | 0,5 | 0,24 | 0,57 | 4,38% | 6,41% |
Conforme a tabela, nos últimos 12 meses, a menor taxa de inflação veio da faixa de renda muito baixa (3,90%), enquanto a maior veio da faixa de renda alta (6,41%).
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Alívio inflacionário
Segundo os dados, o principal grupo que trouxe alívio inflacionário foi novamente o de “alimentos e bebidas”. Com uma queda significativa dos preços dos alimentos a domicílio pelo quarto mês consecutivo, houve a possibilidade de uma forte descompressão sobre os índices de inflação.
Dessa forma, as maiores quedas de preços registradas em “alimentos e bebidas“ vieram de:
Alimentos | Preços |
---|---|
Batata | -10,40% |
Feijão | -7,60% |
Leite | -4,10% |
Farinha de Trigo | -3,30% |
Carnes | -2,90% |
Aves e Ovos | -1,70% |
Óleo de Soja | -1,20% |
Já os grupos de “artigos de residência” e “saúde e cuidados pessoais“, mesmo que pouco, também contribuíram para desacelerar a inflação das famílias de baixa renda, com impulso das quedas nos preços dos aparelhos eletroeletrônicos (-0,8%) e dos produtos de higiene pessoal (-0,7%).
Em contrapartida, os grupos de “habitação” e “transportes” foram os principais contribuintes para a pressão inflacionária de setembro, devido aos reajustes nas tarifas de energia elétrica (1,0%) e gasolina (2,8%).
As famílias de renda mais alta receberam um impacto sob as altas nas passagens aéreas (13,5%) e nos transportes por aplicativo (4,6%). Além disso, os aumentos dos planos de saúde (0,7%) e serviços de recreação (0,5%) explicam os impactos nos grupos de “saúde e cuidados pessoais” e “despesas pessoais“.
Comparativo anual
Segundo o Ipea, em relação ao mesmo período de 2022, houve piora no comportamento da inflação para todas as faixas de renda, apesar da queda no segmento de alimentos, sendo -1,02% neste ano, ante -0,85% em 2022. Os dados acumulados nos 12 meses, por outro lado, apontaram uma aceleração em todas as faixas, em meio às curvas de inflação apresentadas.
O baixo desempenho para as famílias de rendas mais altas veio principalmente pelo contrate entre o reajuste da gasolina (2,8%) em setembro. Já as famílias de renda muito baixa atingiram a menor taxa de variação no período de 12 meses até agora (+3,90%).