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Deflação: Entenda o que é e como isso impacta o seu bolso

11 jul 2023, 13:18 - atualizado em 11 jul 2023, 13:18
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Deflação: a queda nos preços é bem-vinda para o bolso do consumidor, mas demanda atenção do mercado. (Imagem: Pixabay/Gadini)

Pela primeira vez, desde outubro do ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou para uma deflação mensal. Em junho, a inflação recuou 0,08%; com isso, o indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses de 3,94% para 3,16%.

A deflação nada mais é do que o processo contrário da inflação. Ou seja, o índice de preços de uma determinada cesta de produtos e serviços diminui ao invés de subir. No caso de junho, esse movimento foi puxado pelo grupo de alimentos e também transportes, graças à redução nos preços dos combustíveis. Essas categorias registraram queda de 0,66% e 0,41%, respectivamente.

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“A gente está vendo esse movimento deflacionário no Brasil começar a ganhar um pouco mais de tração. A desinflação já vinha ocorrendo, inclusive a partir de maio gerou essa expectativa de queda da Selic e era algo que não estava muito no radar dos investidores no começo do ano. Mas isso ganhou tração e, de fato, a gente continua nesse processo de desinflação”, destacou João Piccioni, analista-chefe da Empiricus Research, no Giro de Mercado.

Mas nem todos os produtos e serviços viram os preços caírem. No lado das altas, por exemplo, a maior variação (0,69%) veio dos grupos de habitação e de e o 0,36% de despesas pessoais. Além disso, as passagens aéreas, por exemplo, dispararam mais de 10% no mês passado.

Deflação é bom ou ruim?

Períodos de queda nos preços são sempre bem-vindos para o bolso dos consumidores. Vale lembrar que os consumidores sentem essa redução na inflação de forma diferente. Quando se fala em redução nos preços dos alimentos e saúde, então as classes mais baixas tendem a sentir mais; por outro lado, quando a variação negativa é em transportes, aí são as classes mais altas que sentem.

Bom, mas o grande problema é se essa deflação durar por muito tempo, já que o resultado de um período de longo prazo de preços baixos é a desaceleração da economia.

Por exemplo, se os preços estão muito baixos, a indústria pode paralisar a produção, já que a venda deixa de cobrir todos os custos. Aí, é um efeito em cascata: fábricas paradas são sinônimo de aumento de desemprego e queda no consumo.

Do lado dos investimentos, Piccioni aponta que esse movimento desinflacionário e com perspectiva da queda da Selic ativos ligados ao IPCA seguem vantajosos. Além disso, o afrouxamento monetário traz uma expectativa de cenário econômico pela frente, com small caps e empresas de ciclo vão conseguir mostrar um desempenho melhor para o final do ano.

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