Economia

Deflação de agosto é sentida em todas as faixas de renda, diz Ipea

14 set 2022, 16:05 - atualizado em 14 set 2022, 16:06
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Os grupos que mais sentiram a variação foram os de renda alta e média-alta. (Imagem: Shutterstock)

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou a sua segunda queda seguida, após cair 0,36%. Com isso, a inflação anual saiu do patamar dos dois dígitos para 8,73%.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a queda nos preços já é sentida em todas as faixas de renda. Os grupos que mais sentiram a variação foram os de renda alta e média-alta, que registraram queda de 0,51% e 0,47%, respectivamente.

As quedas de 11,6% da gasolina, de 8,7% do etanol e de 12,1% das passagens aéreas foram as que mais contribuíram para o recuo da inflação em agosto, principalmente para esses dois grupos, já que o peso desses itens na cesta de consumo é maior que nas demais faixas.

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Baixa renda

As famílias de renda baixa e muito baixa foram as que menos caíram – -0,24% e -0,12%, respectivamente. Neste caso, as maiores contribuições vieram das deflações nos planos de telefonia fixa (-6,7%) e móvel (-2,7%).

Além disso, o recuo de 1,3% nas tarifas de energia elétrica também contribuiu para o alívio inflacionário, especialmente das famílias de menor renda, cujo percentual do orçamento gasto com este item é relativamente mais elevado.

Confira as deflações por renda

Renda Agosto Acumulado em 2022 Acumulado 12 meses
Muito baixa -0,12% 4,94% 9,2%
Baixa -0,24% 4,70% 8,9%
Média-baixa -0,40% 4,18% 8,6%
Média -0,44% 4,22% 8,6%
Média-alta -0,47% 4,11% 8,2%
Alta -0,51% 4,71% 9,1%

Alimentos e saúde

O grupo de alimentos, que é o que ainda mais pressiona a inflação brasileira, começou a dar sinais de desaceleração, em especial pelas quedas dos preços dos cereais (-1,6%), tubérculos (-5,9%), carnes (-0,53%) e óleos (-3,4%).

Esse pode ser apontado como um fator de descompressão inflacionária em agosto, principalmente para as famílias de menor renda.

Já a alta de preços no grupo de saúde e cuidados pessoais impediu uma redução ainda mais significativa da inflação das famílias de baixa renda, sobretudo com o impacto do reajuste de 2,7% dos itens de higiene pessoal.

Para os domicílios de renda mais elevada, a deflação só não foi maior devido à alta no grupo de despesas pessoais, puxada pelo aumento de preços dos serviços pessoais (0,59%) e do fumo (1,2%).

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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