Defesa de Bolsonaro nega participação de ex-presidente em tentativa de golpe

O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, alega que não há provas da participação do ex-presidente na trama de tentativa de golpe de Estado, rebatendo as acusações do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
“Nem a Polícia Federal que se utilizou dessas possibilidades, afirmou a participação dele no 8 de Janeiro. Não há um único elemento, nem da delação. Aí me criticam que eu digo que a delação [de Mauro Cid] não vale nada, óbvio, porque nem o delator que o acusou fez qualquer relação dele com o 8 de Janeiro. Não há uma única evidência a esse respeito”, afirmou o advogado, durante o julgamento do caso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Vilardi, Bolsonaro é o “presidente mais investigado da história” e pediu acesso à íntegra das provas apresentadas pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da República (PGR). Ele também pediu a rejeição da denúncia; que a análise do caso seja feita pelo plenário do Supremo, formado por 11 ministros; e a entrega do processo para um novo relator — atualmente, a relatoria está com o ministro Alexandre de Moraes.
Veja o julgamento no STF
Julgamento de Bolsonaro no STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta terça-feira (25), a análise das denúncias contra Bolsonaro e outros sete de seus aliados, acusados de participação na tentativa de golpe de Estado.
O julgamento, que decidirá se os acusados se tornarão réus, será dividido em até três sessões — duas hoje, e uma na quarta-feira (26), caso seja necessário. A primeira começa às 9h30 e será transmitida pelos canais da TV Justiça.
Nesta etapa, o STF examina se a denúncia atende aos requisitos legais, se há indícios de que os denunciados foram os autores e escuta a defesa de cada um. Nenhum deles será condenado, o que acontece é apenas a aberta uma ação penal.
Além de Bolsonaro, também estão sendo julgados:
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e Defesa
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
- Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha
- Alexandre Ramagem – ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Mauro Cid – tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
O grupo é acusado de cometer crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.