Defensiva e barata, ação da B3 é uma opção para enfrentar “risco Brasil”
As eleições de 2022 para presidente e governadores estão cada vez mais próximas e o cenário que se desenha é de um pleito que promete fortes emoções. Por isso, começar a montar um portfólio para se proteger dessa volatilidade pode ser uma boa opção.
Segundo o Santander, uma ação em que o investidor deve observar com carinho é a B3 (B3SA3), dona da Bolsa brasileira. A empresa vem sofrendo neste ano com as especulações em torno de um novo concorrente, risco de contingência e ambiente de alta da taxa Selic. No acumulado do ano, a queda chega a 30%.
Porém, esses fatores negativos já estão precificados. O analista Henrique Navarro aproveitou o momento para incorporar os resultados do segundo trimestre, os dados operacionais de julho, a nova projeção da administração para 2021 e as novas estimativas macroeconômicas do Santander para elevar o preço-alvo até 2022 a R$ 22, potencial de alta de 60%.
“Nosso preço-alvo sugere um potencial considerável de alta para um nome que tende a ser defensivo durante os períodos de turbulência”, completa.
Como foi o resultado?
A dona da bolsa brasileira registrou lucro de R$ 1,23 bilhão, alta de 21,6% e perto da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 1,19 bilhão.
Segundo a Ativa, o crescimento de todas as linhas de negócio, impulsionado principalmente pelo expressivo aumento no volume de negociação, permitiu que a B3 expandisse, de forma potente, sua receita líquida, Ebitda e lucro líquido.
Apesar disso, a companhia teve um resultado ligeiramente mais fraco em relação ao primeiro trimestre e uma revisão das projeções de despesas ajustadas.
“A queda na margem é explicada, pelos descontos por maiores volumes oferecidos para o mercado, bem como pela nova tabela de preços para o mercado de renda variável, que passou a vigorar a partir de fevereiro deste ano”, aponta o analista Leo Monteiro.
Para a XP, as cifras vieram acima do esperado. A corretora destaca que a empresa continua a se beneficiar de um volume médio de negociações diárias (ADTV) elevados, com expansão de 17,1% no ano.
Além disso, houve a onda de oferta de ações no trimestre, totalizando 13 IPOs e 10 follow-ups.
Do lado negativo, as despesas ajustadas saltaram 5% para refletir o lançamento de novos produtos e a expansão dos negócios.
Na visão da Ágora, os números não trouxeram surpresas e o mercado de capitais deve continuar a ser a sustentabilidade dos volumes em um cenário de aumento das taxas de juros.
Segundo o BTG, no final das contas, foi um trimestre decente. O fluxo de notícias sobre mais concorrência e taxas de juros mais altas não são positivas para a tese de investimento, aponta, mas mesmo assim a ação continua barata.