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Defasagem dos combustíveis: Apesar da alta do dólar, Petrobras (PETR4) não deve reajustar a gasolina

06 jan 2025, 11:03 - atualizado em 06 jan 2025, 11:03
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Preços da Petrobras: Dados da Abicom mostram que o diesel opera com uma defasagem de 18% e a gasolina apresenta uma defasagem de 12%. (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

Em 2024, o dólar disparou, encerrando o ano cotado a R$ 6,18 — uma alta de 26% em relação aos R$ 4,89 registrados em janeiro de 2024. Com isso, a Petrobras (PETR4) começa 205 com uma defasagem no preço dos combustíveis em comparação com o mercado internacional.

Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mostram que, nesta segunda-feira (6), o diesel opera com uma defasagem de 18%, sendo vendido a R$ 0,61 por litro abaixo do preço praticado no exterior. Já a gasolina apresenta uma defasagem de 12%, com o litro nas refinarias custando R$ 0,36 a menos que o valor internacional.

No entanto, segundo o colunista do G1, Valdo Cruz, a expectativa do governo é de que a estatal segure os preços no início de 2025 para evitar pressões sobre a inflação. Até novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada é de 4,29%, o que preocupa o mercado.

Em casos longos períodos de defasagem dos preços, o país pode sofrer com a falta de combustíveis. Quando o preço no mercado interno fica abaixo do mercado internacional, importar combustíveis deixa de ser economicamente viável, já que esses importadores privados precisam competir com os preços mais baixos praticados pela Petrobras. Isso pode levar à redução da oferta de combustíveis, caso a empresa não consiga suprir toda a demanda do mercado interno.

A Petrobras alterou sua política de preços em maio de 2023, afirmando ser capaz de garantir a rentabilidade da empresa e a execução de seu plano de investimentos, sem repassar a volatilidade cambial ao mercado interno.

Ao longo de 2024, a estatal reajustou o preço da gasolina apenas uma vez, em julho, com aumento de 7,04% nas refinarias. Já o óleo diesel não teve nenhum reajuste. A ausência de alterações está relacionada à estabilidade na cotação do petróleo — o tipo Brent encerrou o ano a US$ 74,24 por barril, uma queda de 3,74%.

Ainda assim, os consumidores sentiram o impacto nos preços dos combustíveis. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que o preço da gasolina nos postos subiu 10,21%, enquanto o diesel teve alta de 3,41%. Esse aumento foi impulsionado pela reoneração do PIS/Cofins e pelo aumento do ICMS.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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