Economia

Combustíveis: Alta do dólar amplia defasagem nos preços da gasolina e diesel; entenda

18 jun 2024, 11:54 - atualizado em 18 jun 2024, 11:54
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Por trás da defasagem, está o maior apetite pelo dólar, reflexo dos temores com o ambiente fiscal brasileiro (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

As contínuas altas do dólar fizeram com que, nesta terça-feira (18), o preço da gasolina vendida pela Petrobras (PETR4) alcançasse defasagem média de 10%, quando comparado com o mercado internacional. Enquanto isso, o diesel apresenta defasagem média de 9%.

Isso significa que o litro da gasolina é vendido pela estatal para distribuidoras por R$ 0,31 a menos do que os custos de importação. Para o diesel, há uma diferença de R$ 0,36.

Os valores são inferiores ao do PPI (Preço de Paridade de Importação), forma de precificação abandonada pela Petrobras, mas que ainda pesa na gasolina, já que as compras no exterior são feitas com base no PPI.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que realiza o monitoramento, também considera dados da Acelen, dona da refinaria de Mataripe, e seu polo em Aratu. A Acelen aumentou o preço do diesel A em R$ 0,1642/L e o preço da gasolina A em R$ 0,0806/L.

Com esse movimento, pode haver uma redução nas importações de combustíveis, já que os preços nacionais tornam-se mais atrativos. Depois, a combinação de redução nas importações e maior procura pela gasolina geraria escassez e aumento nos preços, algo que pode ser sentido pelos consumidores.

Enquanto isso, o petróleo Brent também apresenta altas significativas, chegando a +1,05% na manhã desta terça, a US$ 81,17 por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI) também operava em alta, de 0,80%, a US$ 84,92 por barril.

O que está por trás da alta do dólar, que afeta a gasolina?

Em cotação de R$ 5,40 e acumulando alta de 2,19% durante as últimas duas semanas, a moeda americana tem servido como reflexo para o temor de um ambiente fiscal desfavorável no Brasil.

Os investidores têm corrido para buscar aumentar suas reservas na moeda norte-americana, vista como “segura” durante cenários de temor.

No Brasil, o que vêm aumentando as tensões são principalmente as movimentações políticas. Durante a manhã desta terça-feira (18), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de entrevista ao Jornal da CBN e criticou o presidente Roberto Campos Neto, do Banco Central (BC), o dólar reagiu, valorizando-se 0,42%, mas já está em queda.

Anteriormente, os investidores reagiam também aos discursos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com a devolução da Medida Provisória (MP) do PIS/Cofins, o temor de que o governo poderia não alcançar sua meta de déficit fiscal zero para este ano aumentou, sentimento que não foi aplacado quando Haddad afirmou não haver “plano B” à medida.

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