Decretos de Lula liberam R$ 120 bi para saneamento básico; mercado vê retrocesso em mudanças
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (5) dois decretos que alteram regras do marco do saneamento básico, destravando R$ 120 bilhões em investimentos para o setor até 2033.
Entre as mudanças, o governo retirou o limite de 25% para a realização de Parcerias Públicos Privadas (PPPs). Com isso, busca-se ampliar a participação da iniciativa privada e atrair novos investimentos para o setor.
A nova regulamentação tem como objetivo garantir as condições necessárias para a universalização dos serviços até 2033.
No evento, Lula disse que as mudanças resolvem “um problema que é crônico no Brasil”, que é a falta de cuidado com o saneamento básico no País.
Ele afirmou também que os bancos públicos, como o Banco do Brasil, devem ter muita disposição para oferecer crédito e impulsionar o crescimento.
Lula disse que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, está “com a faca e o queijo na mão” para que a instituição volte a atuar pelo desenvolvimento do país.
A declaração aconteceu após o presidente comentar que os governadores devem ser chamados em breve com os resultados da Casa Civil sobre suas propostas de retomada de projetos prioritários, destacando a importância do pacto federativo.
Reação do mercado
Analistas do mercado apontam que os decretos editados por Lula são um retrocesso em relação ao que foi determinado no Novo Marco do Saneamento em 2020.
A Genial Investimentos destacou como negativa a possibilidade de prestação do serviço de água e esgoto e de contratação de limpeza urbana sem necessidade de licitação.
A corretora também falou na possibilidade de mudança da Agência Nacional de Águas (ANA) como regulador do setor.