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‘Decoupling’: porque a teoria de ‘descolamento’ do bitcoin (BTC) ganhou força com o tarifaço de Donald Trump?

18 abr 2025, 11:00 - atualizado em 16 abr 2025, 16:42
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e o bitcoin (BTC). (Imagem: Montagem Money Times)
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e o bitcoin (BTC). (Imagem: Montagem Money Times)

Desde quando Donald Trump tomou posse na Casa Branca, o bitcoin (BTC) e o mercado de criptomoedas vem passando por maus momentos. Apesar de ser um presidente “pró-cripto”, a política de guerra comercial contra a China e outros países pegou os investidores no pé contrário. 

Desde as máximas históricas, atingidas em 20 de janeiro deste ano, o preço do bitcoin recuou mais de 20%, acompanhando o desempenho negativo das bolsas pelo mundo — o que lançou uma série de dúvidas sobre o mercado.

Afinal, não era para as criptomoedas serem uma alternativa ao sistema financeiro tradicional? Porque, então, elas vêm se comportando como ações?

Quem responde essa pergunta é Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, que concedeu entrevista para o Crypto Times sobre a tese do decoupling das criptomoedas.

Em finanças, decoupling se refere a uma diminuição na correlação. Ou seja, seria o “descolamento” do bitcoin do desempenho de bolsas e outros papéis de tecnologia ou de outros ativos correlatos. 

“Isso ainda não aconteceu porque, em momentos de crise, tudo acaba indo para o mesmo lugar”, comenta Fleury, que ainda argumenta que esse movimento não faz sentido para o bitcoin. “Não tem como taxar o bitcoin. Ao contrário, ele é um instrumento de livre negociação”.

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Bitcoin (BTC): o ouro digital

Fleury acredita que eventos como a atual guerra comercial que se intensifica e uma potencial crise econômica podem aumentar a percepção de que o bitcoin é um ativo seguro.

“Eu acho que, em relação ao S&P 500 e ao Nasdaq, o bitcoin tende a performar melhor nos próximos meses”, explica o executivo da QR Asset, em relação à tese de que o bitcoin seria o “ouro digital” pela sua escassez programada.

“Em algum momento vão aceitar a tese do ouro digital. Saber quando é a grande questão”, comenta. 

Sobre a altseason, momento de valorização de moedas alternativas ao bitcoin, Fleury afirma que as altcoins foram “dizimadas” com os problemas recentes.

Para ele, essas criptomoedas alternativas são mais parecidas com ações do que com o BTC, pois têm uma volatilidade maior e são investimentos de risco mais alto.

Contudo, Fleury acredita que há algum potencial de alta assim que a pior fase das incertezas passarem. “Eu acho que a gente ainda não teve uma uma precificação de todas as melhorias regulatórias que a gente vê nos Estados Unidos depois da eleição do Trump”, comenta.

Ele faz referência à proposta de criação de uma reserva estratégica de bitcoin (Bitcoin Act 2025), proposto pela senadora Cynthia Lummis, o GENIUS Act, focado em estabelecer regras específicas para as stablecoins e a revogação da regra do IRS (o equivalente ao Imposto de Renda dos EUA) que limitava o desenvolvimento do ambiente de finanças descentralizadas (DeFi).

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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