Internacional

Declínio de varejo britânico causa maior impacto entre mulheres

03 dez 2019, 16:43 - atualizado em 03 dez 2019, 16:43
A mão de obra deixada para trás é predominantemente do sexo feminino (Imagem: Pxhere)

Quando a cidade de Leeds, no norte da Inglaterra, começou a montar seu centro de treinamento em varejo, a gerente Dianne Wainwright sabia que um de seus maiores problemas era simplesmente convencer as pessoas a comparecer.

Ela sabia que havia interesse, mas tinha que encontrar uma maneira de encaixar o treinamento na agenda dos trabalhadores – geralmente mulheres – que tentam conciliar a vida familiar e cuidados com longas horas no chão de fábrica.

Conseguir que funcionários se reciclem com o aprendizado de ferramentas digitais e o chamado “visual merchandising”, por exemplo, se torna cada vez mais premente quando grandes redes, como House of Fraser, Mothercare e a ToysRUs, fecham lojas e focam nas operações on-line.

A mão de obra deixada para trás é predominantemente do sexo feminino, que muitas vezes enfrenta grandes barreiras para conseguir promoções diante de um mercado de trabalho em constante mudança, mesmo com iniciativas como a Ambition Leeds, promovida por Wainwright.

Os caixas de autoatendimento e a entrega em domicílio agora são onipresentes (Imagem: Wikimedia Commons)

É um problema relevante para o Reino Unido, de fato um país de lojistas. O varejo é o setor que mais emprega no setor privado, com 2,9 milhões de pessoas. Entre assistentes de venda e caixas, cerca de 7 em cada 10 são mulheres, de acordo com o Pesquisa Anual Populacional.

Mas, embora provavelmente a voz do caixa seja feminina, é cada vez mais provável que venha de uma máquina.

Os caixas de autoatendimento e a entrega em domicílio agora são onipresentes. A J Sainsbury, a segunda maior rede de supermercados do Reino Unido, está até testando uma loja totalmente sem caixas no centro de Londres, o que significa que os tipos de postos disponíveis estão mudando do lado dominado por mulheres para os mais geralmente ocupados por homens.

“O trabalho é de gênero”, disse Vivian Hunt, sócia-gerente para Reino Unido e Irlanda da McKinsey.

“Quanto mais você retrocede na cadeia de suprimentos, para a manufatura e armazenamento, há menos mulheres, mas esses postos estão sendo gradualmente automatizados. Atendimento ao cliente, funções de atendimento ao cliente, centros de suporte de ligações, postos de back office com baixa fisicalidade. Essas funções são mais vulneráveis.”

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