Economia

Declarações marcam dia da reforma da Previdência; Ibovespa fecha em baixa

02 abr 2019, 18:46 - atualizado em 02 abr 2019, 19:11
Sobre o texto da reforma, o dia teve declarações sobre a possibilidade de “desidratação” de algumas medidas.

Por Investing.com

A terça-feira não trouxe notícias sobre a reforma da Previdência que pudessem impactar a expectativa dos investidores em relação à sua aprovação.

Sem grandes novidades, os investidores aproveitaram para realizar os lucros após o Ibovespa acumular ganhos de 4,52% em três sessões. O principal índice acionário brasileiro encerrou o dia em baixa de 0,70% a 95.386,76 pontos, enquanto o dólar seguiu o mesmo caminho e terminou o dia negociado a R$ 3,8569, queda de 0,5%.

Os investidores aguardam a participação do ministro da Economia Paulo Guedes na audiência de amanhã da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara após a desistência da semana passada. Guedes se reuniu com parlamentares em busca de apoio à reforma da Previdência e outros temas de interesse do governo federal.

Já o presidente Jair Bolsonaro, ainda em viagem à Israel, caminha para o pragmatismo e se afastando de polêmicas que atrapalham os trâmites da reforma. Segundo a edição de hoje do Valor Econômico, o presidente vai se reunir com lideranças partidárias do chamado Centrão, além de dedicar metade da agenda para receber parlamentares.

Sobre o texto da reforma, o dia teve declarações sobre a possibilidade de “desidratação” de algumas medidas. O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou que a reforma vai ser aprovada na comissão sem mudança no texto, enquanto o relator não descarta exclusão de novas regras, como o acesso à aposentadoria rural e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que as mudanças da aposentadoria rural e do BPC serão na Comissão Especial.

Curiosamente, uma declaração de Maia durante em evento a investidores, sem a presença da imprensa, organizado pelo Goldman Sachs sobre a Previdência acabou derrubando as ações da Eletrobras (ELET3) no Ibovespa, uma das maiores perdas do dia.

Maia disse que “é mais fácil aprovar a Previdência do que a privatização da Eletrobras”, segundo um participante do evento. As ações da estatal elétrica terminaram em baixa de 3,95% a R$ 35,78 para as ordinárias e de 3,86% a R$ 37,35 às preferenciais.

Outra estatal com perdas foi a Sabesp (SBSP3). A empresa de abastecimento de água de São Paulo fechou o dia com baixa de 4,15% a R$ 40,41, após o secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmar que a desestatização da companhia deve ficar para início de 2020, sem especificar o modelo a ser adotado – venda ou capitalização.

O mais provável é que o governo paulista opte pela capitalização, que deve levantar aproximadamente R$ 5 bilhões, sendo que R$ 4 bilhões serão destinados aos cofres públicos e o restante para investimentos.

A divulgação dos dados sobre a atividade industrial em fevereiro não influenciou na formação do preço dos ativos. A indústria brasileira avançou 0,7% em relação a janeiro e 2% ante mesmo mês do ano passado, mas apresentou queda de 0,2% no acumulado de 12 meses.

No exterior teve a divulgação de novas encomendas de bens duráveis nos EUA de fevereiro, que veio negativo em 0,1% excluindo indústria de defesa e aeronaves. O número de janeiro foi revisado para uma alta de 0,9%, que foi interpretado como um sinal de estabilização da manufatura americana.

petróleo chegou às máximas do ano na terça-feira, devido ao corte de 280 mil barris por dia na produção dos países-membros da OPEP, às sanções americanas contra Irã e Venezuela e à perspectiva de crescimento da demanda com os PMIs positivos de EUA e China divulgados ontem.

Por fim, o bitcoin rompeu os US$ 5 mil, maior valor desde novembro, quando o fork do bitcoin cash. A alta que chegou a 20% durante a manhã foi impulsionada por uma compra misteriosa, segundo a Reuters. Às 17:51, a principal moeda digital era negociada a US$ 4.845,00, alta de 15,62%.

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