Política

Declaração de Heleno sobre AI-5 foi grave e ministro virou “auxiliar do radicalismo”, diz Maia

04 nov 2019, 14:17 - atualizado em 04 nov 2019, 14:17
Rodrigo Maia
“O ministro Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. Uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha.”, disse Maia (Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou graves as declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre um novo AI-5 e afirmou que ele se tornou um “auxiliar do radicalismo” de Olavo de Carvalho, guru do posicionamento político da família Bolsonaro.

Ao elevar o tom contra integrantes do governo nesta segunda-feira, Maia lembrou que o ministro fez críticas ao Congresso e que há um pedido de convocação do general da reserva na Câmara dos Deputados.

“Acho que a frase dele foi grave”, disse Maia, em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.

“Além disso fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil. É uma cabeça ideológica. Infelizmente o general Heleno, o ministro Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. Uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha.”

Ao comentar fala do filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal e líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), na semana passada, Heleno disse desconhecer a declaração do parlamentar e afirmou que “se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir”.

Na semana passada, Eduardo aventou, em uma entrevista, a possibilidade de o governo lançar mão de um novo AI-5, o mais duro instrumento legal de repressão da ditadura militar brasileira, caso a esquerda radicalizasse em sua atuação no país, resultando em forte reação entre autoridades, parlamentares e até em um pedido de cassação de seu mandato de deputado.

Maia disse não ter mais o que comentar sobre as declarações de Eduardo –o presidente da Câmara divulgou nota, no dia, em que as considerou “repugnantes do ponto de vista democrático”.

“Agora se os partidos tomares essa decisão via presidência nacional dos partidos, é uma decisão automática, é o encaminhamento automático para o Conselho de Ética (da Casa). Não cabe nenhuma avaliação mais, a avaliação que eu tinha que fazer sobre esse assunto eu já fiz por nota e não vou tratar mais desse assunto”, disse o presidente da Câmara nesta segunda.