Decisão sobre liderança do PSL fica nas mãos de Rodrigo Maia; Eduardo e Waldir disputam
O líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), anunciou nesta noite a troca do líder do PSL na Câmara dos Deputados. Ele informou ter protocolado o pedido na Secretaria Geral da Mesa (SGM), com o apoio de 27 dos 53 deputados da bancada. Segundo ele, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) deve ser substituído pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), assim que as assinaturas do pedido forem conferidas.
Logo após o anúncio, a SGM informou terem sido apresentados outros dois requerimentos. Um pedindo a permanência de Waldir com 32 assinaturas e um terceiro reafirmando a indicação de Bolsonaro. Pelas regras da Câmara, vale o último requerimento protocolado, desde que as assinaturas de apoio da maioria da bancada sejam confirmadas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve tomar a decisão final.
Troca
Mais cedo, o deputado Vitor Hugo negou ter havido pressão do presidente Jair Bolsonaro para a substituição. “Foi uma decisão dos deputados do PSL, da maioria, em função do tensionamento e dos posicionamentos do líder atual, que contrariava orientações do governo, que colocava em dúvida a transparência do partido, que atacava membros do partido de maneira desmedida”, declarou.
Vitor Hugo lamentou especialmente a orientação de Waldir durante a votação da MP 886/19, na noite de ontem, indicando obstrução da legenda no painel eletrônico. “Ele colocou em risco a votação de uma medida importante para o governo”, disse.
Novo líder
O novo líder indicado, Eduardo Bolsonaro, informou que inicialmente não queria aceitar o cargo, mas seu nome teria obtido “maior convergência” na bancada. Ele se comprometeu a ficar no cargo até dezembro, quando será realizada eleição para a liderança do ano que vem.
Eduardo Bolsonaro disse que seu objetivo é colocar “panos quentes” na atual crise no PSL e buscar a união. Ele trocou abraço com Delegado Waldir em Plenário e disse que todos os deputados da legenda são a favor do presidente Jair Bolsonaro. “Inclusive os que não assinaram [o pedido para troca do líder]. Temos divergências apenas pontuais”, ressaltou.
Sobre seus planos para ocupar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos e de integrar uma missão oficial à Ásia, na qual acompanharia o presidente da República, ele informou serem “temas secundários”. “Temos que cuidar do nosso mandato. Estou preocupado com a satisfação de nossos eleitores”, declarou.