Economia

Decisão do FGTS é positiva para financiamentos individuais e negativa para empréstimos para construção, afirma Safra; entenda

12 ago 2024, 11:19 - atualizado em 12 ago 2024, 11:19
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Apesar de adição do FGTS, situação indefinida pode adicionar volatilidade às ações de construtoras direcionadas ao segmento de baixa renda (Imagem: Leung Cho Pan/Canva Pro)

Após uma reunião do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foram destinados adicionais R$ 22 bilhões em financiamentos para o programa Minha Casa, Minha Vida, aumentando o orçamento de 2024 de R$ 105,7 bilhões para R$ 127,6 bilhões, sendo que R$ 122,1 bilhões estão destinados para a construção de casas de baixa renda.

Para o Banco Safra, os novos anúncios do Conselho são positivos para financiamentos individuais e negativos para os empréstimos para construção. A crença é de que, apesar de ainda ser esperada uma decisão de realocar fundos em encontros futuros do Conselho, a situação indefinida adiciona volatilidade às ações de construtoras direcionadas ao segmento de baixa renda até que a situação seja resolvida.

No relatório, assinado pelos analistas Rafael Rehder, Luiza Mussi e Luiz Peçanha, apenas os papéis da Tenda (TEND3) possuem uma recomendação “neutra”. Para as ações da MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3), Cury (CURY3) e Plano&Plano (PLPL3) a recomendação é “outperform”.

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Quais foram as decisões do FGTS?

Agora, a Carta de Crédito Individual (CCI) e a linha de financiamento de “Apoio à Produção” apresentaram aumentos em R$ 17,8 bilhões e R$ 7,2 bilhões, respectivamente, enquanto a linha de crédito “Pró-Cotista” apresentou redução em R$ 3 bilhões. Os subsídios totais foram aumentados para R$ 11 bilhões e não foram realizadas alterações no orçamento anual do FGTS entre os anos de 2025 e 2027.

Em julho, o total de desembolsos realizados por construtoras qualificadas pela linha de apoio à produção foi de R$ 42 bilhões, o que implica uma média mensal de R$ 6,0 bilhões. Os R$ 29,9 bilhões restantes implicam uma média mensal mais suave, em R$ 5,8 bilhões, o que, segundo o Safra, gera dúvidas sobre a sustentabilidade do orçamento para o ano e se outro aumento seria necessário.

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Os analistas consideram que a medida consegue suprir o risco de escassez de financiamento para compra de casas por indivíduos, já que dos R$ 71,2 bilhões do orçamento de apoio a produção, ao menos 59% deve ir para os financiamentos individuais, deixando R$ 18,9 bilhões para serem desembolsados ​​até dezembro.

“Por outro lado, acreditamos que a situação aumenta o potencial de escassez de financiamento no segundo semestre de 2024 para empréstimos para construção se a questão não for continuamente abordada. Restam apenas R$ 10,3 bilhões a serem contraídos até dezembro, implicando uma média mensal de R$ 2,1 bilhões, que, por sua vez, é inferior à média de R$ 2,7 bilhões contraídos em julho”, explica o Safra.