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Debêntures: Emissões encolhem quase 60% em novembro por conta de Lula

13 dez 2022, 16:05 - atualizado em 13 dez 2022, 16:05
Debêntures
Entenda por que empresas anteciparam suas emissões de debêntures em 2022 com a chegada de Lula à Presidência em 2023 (Imagem: Unsplash/ @ussamaazam)

O volume movimentado pelas debêntures em novembro encolheu quase 60% em novembro ante outubro, indo de R$ 21,3 bilhões para R$ 8,6 bilhões, de acordo com boletim mais recente divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

No mês passado, as emissões no mercado de capitais somaram R$ 21,5 bilhões. As ofertas entre janeiro e novembro de 2022 captaram R$ 466,5 bilhões – redução de 10,5% em relação ao mesmo período de 2021.

Até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 8,9 bilhões e R$ 8,4 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).

Logo, um dos principais destaques no mês foi a redução da procura das empresas por dinheiro no mercado, através da emissão de debêntures, reduzindo também as alternativas de produtos de renda fixa ao investidor.

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Por que as debêntures estão sumindo?

Uma das razões que explicam o sumiço das debêntures no mercado de capitais nesta reta final de ano está associada ao temor do mercado com o próximo governo eleito, encabeçado por Lula a partir de 2023.

De acordo com a Anbima, as empresas anteciparam suas emissões de debêntures em 2022 antes que as incertezas dos investidores quanto ao próximo governo tomassem conta do mercado.

“As incertezas domésticas associadas à política econômica do próximo governo deixaram a curva de juros mais elevada, principalmente nos vértices mais longos”, disse a associação.

De janeiro a novembro de 2022, as empresas captaram R$ 234,9 bilhões com debêntures. Trata-se de um produto de renda fixa que permite investidores emprestarem dinheiro diretamente às companhias.

Nesse período, as companhias brasileiras conseguiram financiamento especialmente com os fundos de investimento (45,5%), intermediários e demais participantes ligados (43,9%), que foram os principais subscritores das ofertas de debêntures.