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Debêntures, CRIs e CRAs: Queda da Selic dá espaço para títulos de crédito privados brilharem

12 dez 2023, 11:44 - atualizado em 12 dez 2023, 11:44
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A projeção de queda na Selic para 11,75% vai dar espaço para títulos de crédito privado nas carteiras de renda fixa dos investidores. (Imagem: Getty Images Pro)

Novos ares já tomam conta das análises para os títulos de crédito privado, tanto nesse finzinho de ano quanto para 2024. Com a perspectiva de mais quedas na taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), é hora de olhar com mais atenção para esse mercado.

O início de 2023 escancarou o caso da Americanas. O mercado de crédito ficou estremecido e retraiu, trazendo risco de contaminar outras empresas. No entanto, passado o momento de maior frisson, as emissões de dívidas retomaram, colocando os títulos privados nos trilhos novamente.

Dentre os fatores que chamam atenção para esses investimentos está a curva de juros que, de acordo com o último boletim Focus, é de 9,25% para 2024, que significa custos mais baratos para as empresas capitanearem recursos e um CDI mais baixo e menos atrativo para manter os investimentos em CDBs.

Porém, esse tipo de renda fixa tem certa volatilidade e imprevisibilidade, segundo Guilherme Sharovsky, investment banker da Bloxs Capital Partners. Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) podem sofrer com variações na inflação, na taxa de juros, com questões políticas que no Brasil é uma pauta cara e o El Niño, o que deve deixar o investidor atento para o próximo ano.

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Quais investimentos optar entre os títulos de crédito privado?

Mesmo com estes fatores, os profissionais entrevistados pelo Money Times, afirmam que este é momento certo para trazer maior risco à carteira, uma vez que a curva de juros trará menos rentabilidade ao investidor.

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“Recomendo operações prefixadas porque o preço do papel sobe quando a taxa de juros cai. É um jeito de o investidor conseguir se beneficiar desse movimento, com a curva de juros te dando uma rentabilidade extra nas operações”, analisa Guilherme Sharovsky.

A planejadora financeira e sócia da AVG Capital, Ana Paula Carvalho, prefere uma diversificação com aplicações em papéis com diferentes indexadores, diversificando entre juros reais (juros + IPCA), prefixados e pós-fixados e prazos de acordo com a necessidade de liquidez e apetite para risco. “Um título prefixado pode oferecer taxas atrativas, mas, a depender do prazo, pode ser arriscado, dadas as incertezas no comportamento de inflação e juros ao longo do tempo”, explicou.

Ela lembra que outro fator importante é diversificação entre empresas diferentes para ter alocações equilibradas em diversos setores da economia. No entanto, ela alerta para que as oportunidades nesses tipos de investimento sejam analisadas com uma lupa.

“Empresas que pagam taxas acima da média quando comparadas a outros papéis e fatores como risco de default (calote) devem ser levados em conta no momento da escolha. Setores que foram impactados com os altos níveis de taxa de juros, como o varejo, por exemplo, devem ser analisados com mais cautela pelo investidor”, afirma a profissional.