Debate sobre metas de inflação volta à tona com ata do Copom; entenda
No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou um debate sobre as metas de inflação. Lula dizia que 3% era uma meta muito baixa e que isso estava fazendo com que a Selic fosse mantida em um patamar alto.
“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% [a meta estipulada para 2023 é de 3,25%] e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, chegou a dizer Lula, na época.
As metas de inflação para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Depois de muita negociação, o presidente foi convencido de que aquele não era o momento para brigar por uma mudança das metas e que dados mostravam que a revisão dessas metas também não garantiam uma melhora na inflação ou na taxa básica de juros.
No entanto, a ata divulgada pelo Banco Central sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada deve reacender o assunto. Em entrevista para o Brazil Journal, Rogério Xavier, gestor da SPX, afirmou que a meta de inflação deveria ser elevada, uma vez que as expectativas de inflação já foram para 4% para 2024 e 2025.
Em sua ata, o Banco Central defendeu as metas.
“O Comitê avalia que a credibilidade das metas perseguidas é um ingrediente fundamental do regime de metas de inflação e contribui para o bom funcionamento do canal de expectativas, tornando a desinflação mais veloz e menos custosa”, diz o texto.