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De olho no bacon: ‘Torresmo vira jamón’ na China, suínos ‘derretem’ no Brasil e Chile rouba a cena

01 jun 2023, 12:50 - atualizado em 01 jun 2023, 15:24
Suíno Carnes Commodities Agronegócio
As exportações de suínos tem ganho força com o fim do embargo que durou entre fevereiro e março, enquanto o consumo no país cai (Imagem: Unsplash/Diego San)

O mercado de suínos convive com um cenário de oferta elevada no Brasil. Nos últimos anos, a suinocultura convivia com margens apertadas, cenário que apresentou uma leve melhora em 2023.

Para entender o retrato atual de preços, oferta, demanda e custos, o Agro Times conversou com Wagner Yanaguizawa, analista econômico de proteína animal no Rabobank, e Allan Maia, analista da Safras & Mercado.

Oferta, demanda e preços

Os preços da suinocultura estão em queda, seja no atacado ou para o animal vivo, já que o mercado internacional de commodities como soja e milho (dois dos principais insumos da atividade) convive com um cenário de baixa.

“Essa desvalorização dos grãos pressiona os preços da proteína, aliado a um cenário de oferta elevada que já ocorre há 2-3 anos. No mercado doméstico, com a chegada do frio, vemos um incremento da demanda no Centro-Sul, algo sazonal, já que o setor convive com um cenário desafiador para estimular o consumo doméstico”, explica Yanaguizawa.

Atacado Suíno – Safras & Mercado 24/mai. 31/mai. Var %
SP – Carcaça R$ 9,40 R$ 8,90 -5,32
MG – Carcaça comum R$ 9,20 R$ 8,50 -7,61
SP – Pernil c/ osso R$ 10,30 R$ 9,90 -3,88
MG – Pernil c/ osso R$ 10,30 R$ 9,90 -3,88

Para o analista do Rabobank, o estímulo ao consumo de carne suína segue como o principal desafio do mercado brasileiro da proteína.

Suíno Vivo – Safras & Mercado 24/mai. 31/mai. Var %
São Paulo R$ 6,40 R$ 5,87 -8,28
Minas Gerais R$ 6,40 R$ 5,90 -7,81

Exportações

China

De acordo com o analista do Rabobank, a China segue como o principal destino das exportações brasileiras, com os volumes retomando patamares de anos anteriores.

Ainda assim, Yanaguizawa ressalta que o embargo das exportações do Brasil para China, entre fevereiro e março, resultou em menores volumes de suínos exportados ao país, com volumes nos portos aguardando liberação.

“Em termos de oportunidade de negócios, as melhores oportunidades ainda estão concentradas nas exportações para a China, com o Brasil exportando bons volumes ao país asiático que responde por 38% do volume exportado”, explica.

No entanto, na visão de Allan Maia, assim como acontece para carne bovina, com a China pagando menores preços de importação, a suinocultura também enfrenta os mesmo cenários.

Assim, os chineses compram suínos por preço de “torresmo” e vendem no mercado interno do país a preço de “jamón”, espécie de presunto curado produzido na Espanha, com incremento de 32,58% no valor médio da tonelada.

Safras & Mercado US$/t
Preço médio de importação para China 2557
Preço médio no atacado chinês 3390

Segundo o Rabobank, nos quatro primeiros meses do ano, o Brasil registrou um incremento de 16% no volume e de 30% em receita nas exportações de suínos para China na comparação com o ano anterior.

A expectativa é que a China eleve os volumes importados do Brasil no final de junho e começo de julho, por conta do feriado da “Golden Week” no país, que acontece entre

Chile

O Chile se tornou o terceiro principal importador da proteína brasileira, atrás apenas da China e Hong Kong, com aumento de 69% no volume importado na comparação com 2022. O país responde por 7,3% das exportações do Brasil.

“Esses novos negócios para o Chile devem crescer ainda mais, vemos a habilitação de novas plantas, trazendo mais oportunidades de demanda para esse mercado”, diz Yanaguizawa.

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
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