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De olho no boi: Escalas mais curtas dos frigoríficos mantém preços firmes; dólar traz alívio

13 out 2023, 11:25 - atualizado em 15 out 2023, 15:39
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De acordo com analistas, o feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida mexe com o ritmo de comercialização do boi gordo (Foto: Juliana Sussai/Embrapa)

Os preços do boi gordo seguem em patamares firmes nesta primeira metade do mês de outubro.

Em setembro, o destaque para o mercado da proteína ficou por conta da alta nos preços da arroba e pelo avanço do volume exportado, sendo o melhor mês do ano em termos de embarques.

Em São Paulo, na semana pré-feriado, o boi comum foi negociado a R$ 235 por arroba, alta de 2,2% na semana.

Para o “boi China”, com ágio de R$ 5, negociado a R$ 240 por arroba, o aumento foi de 4,3% em sete dias.

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Preços do boi gordo

Na visão de Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, a semana ficou marcada como um período em que as indústrias conseguiram escalas mais confortáveis para abate.

“Não vimos fortes quedas nos preços, mas no mercado paulista os negócios ficaram entre R$ 235 – R$ 240, com negócios até R$ 245 ocorrendo. A grande questão é que essa sexta deve ficar marcada por uma comercialização lenta de gado, algo natural por estarmos no meio de um feriado religioso, que o produtor rural costuma respeitar”, diz

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Assim, na segunda-feira (15), a expectativa é de que os frigoríficos estejam mais apertados em termos de escala, o que dará mais fluidez ao mercado.

Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (a prazo) 11/10/2023 05/10/2023 Variação (%)
SP – Barretos R$ 235,00 R$ 235,00 0
SP – Santa Fé R$ 245,00 R$ 235,00 4,26
MG – Uberaba R$ 235,00 R$ 230,00 2,17
Goias – Goiania R$ 230,00 R$ 225,00 2,22
MT – Araputanga R$ 205,00 R$ 197,00 4,06

“As negociações no mercado do boi, que geralmente são mais tranquilas às vésperas de feriado, foi de alta às cotações do boi gordo. No comparativo semanal, as vendas do atacado de carne com osso e sem osso foram boas e os preços dos cortes tiveram ajustes positivos”, diz Felipe Fabbri, analista de proteína animal na Scot Consultoria

Reposição e atacado

No mercado de reposição, com os preços do boi gordo firmes, os valores melhoraram nos últimos meses, frente ao primeiro trimestre e têm trabalhado lateralizados.

Dessa forma, no mercado de carne bovina, com a menor oferta de boiadas e boa expectativa para a demanda com o feriado nacional, os preços no atacado subiram.

Preços da carne bovina no atacado – Safras & Mercado 11/10/2023 05/10/2023 Variação (%)
Traseiro R$ 18,60 R$ 17,90 3,91
Dianteiro R$ 14,30 R$ 14,10 1,42

Fabbri explica que no atacado de carne sem osso, a média geral dos cortes monitorados subiu 4,5%. Já a média dos cortes de traseiro aumentou 4,8%, puxada pela alcatra (7,2%), enquanto a média dos cortes de dianteiro subiu 3,6%, puxada pelo acém (5,2%).

“No varejo, as médias dos preços subiram 0,8%, 0,5%, 1,8% e 0,1% nas praças paulista, paranaense, mineira e carioca, respectivamente. No curto prazo, altas não estão descartadas, dependendo do consumo no feriado, onde a população viaja e o consumo pode ser maior. Nós sentimos um mercado mais ávido no atacado de carne com osso, estimulado por conta do feriado de ontem que deverá elevar o fluxo de escoamento da carne bovina”, discorre.

Exportações de carne bovina

Mais uma vez, Iglesias ressalta que o volume exportado pelo Brasil segue em ótimos patamares, e que o grande problema em termos de exportação fica por conta dos valores pagos.

Em setembro de 2023, o Brasil exportou 195 mil toneladas de carne bovina in natura, representando média diária de 9,7 mil toneladas, 0,9% acima de setembro de 2022.

“Mesmo com um menor volume, o dólar acima de R$5,00 traz alento à indústria exportadora, mas, é pelo mercado doméstico, principalmente, e pela oferta de boiadas, que passará a manutenção dos preços vigentes”, comenta Fabbri.

No entanto, o preço pago pela tonelada caiu expressivos 24,4% frente ao mesmo período do ano anterior e está em torno de US$4,5 mil/t.

As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 38,11 mil toneladas na primeira semana de outubro, com média diária de embarques de 7,624 toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Por fim, caso esse ritmo seja mantido até o fim de outubro, o Brasil pode exportar 160 mil toneladas da proteína.